A capacidade crítica do editor de jornalismo está em baixa?

Aquele profissional que passa grande tempo, diariamente, à frente do desktop para produzir notícias em qualquer meio, da internet à TV, está sem fôlego para avaliar corretamente o que é notícia relevante. No momento, ele está correndo atrás de declarações sistemáticas e absurdas de uma série de autoridades, sem tempo de escolher as mais significativas e tratá-las até o esgotamento.
Logo que surge um assunto importante, aquele é atropelado por outro, como está sendo o caso dos hackers da operação Vaza Jato, do The Intercept. Quando surgiu o possível caminho da negociação do hackeamento, via candidata à vice Manuel Dávila, estava aberto uma possibilidade de esclarecimento. Mas ficou nisso. Ninguém foi atrás dela para prestar esclarecimento, e ela continua viajando tranquilamente pela Europa. Em férias.
Um dos detonadores de assuntos é o próprio presidente que estabeleceu uma rotina à saída do Planalto, de falar diariamente aos repórteres, ou em eventos ou via internet, sempre com frases de efeito e temas polêmicos, como uma metralhadora.
Está na hora, então, dos jornalistas deixarem de reproduzir tudo o que ouvem, seja de quem for, deixar de veicular algumas bobagens e focar no mais importante: a vaza jato, votações no congresso e Amazônia. O resto é cortina de fumaça que induzem o jornalista a ser repassador de declarações diversionistas, deixando de lado o que o público deve realmente saber.
Continua o problema do tempo
O mais recente programa Painel, da GloboNews, juntou o ministro do meio ambiente e o diretor demitido do INPE. Tema quente, bom debate. Eis que no final, Renata Lo Prete diz a frase de sempre: "Infelizmente o nosso tempo está acabando”.
Será que ninguém da direção vê o programa? Além de ser um fechamento repetitivo e do século passado, demonstra o tempo que o assinante deveria ter para ser esclarecido.
Mexe na RIC
- Ao que a coluna sabe, Vanessa Nora não fará a partir de hoje, 12, a co-apresentação do Balanço Geral. Baixou na RIC uma determinação de corte de horas extras e ela entrou no pacote, pois cedo da manhã está com SC no AR. Uma pena, pois ela vinha tentando se entrosar com Raphael Politto.
- Paulo Alceu volta ao ar como comentarista, depois de um descanso desde o período eleitoral, quando o público viu que ele preferia a candidatura derrotada de Gelson Merício. Paulo tem experiência e sabe que jornalista é uma coisa, marketing é outra.
Avaí, Figueirense
Há semanas, as rádios têm problemas para preencher seus espaços esportivos, cada vez mais pobres, porque jogadores e dirigentes só falam em coletivas. Para os executivos, está tudo bem, pois até agora não fizeram nenhum gesto de aproximação.
Lamentável!