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Um presentão para quem ama “O poderoso chefão” e o cinema

Elenco de " The Offer" (Paramount) / Divulgação

Um presentão para quem ama “O poderoso chefão” e o cinema

THE OFFER

“O Poderoso Chefão” está completando 50 anos e continua fresco e impecável. Para comemorar o aniversário, o primeiro filme da trilogia foi remasterizado e ganhou cópia em 4k. Surpreendentemente, o diretor Francis F. Coppola, conhecido por sempre mexer nos próprios filmes, não mudou um único fotograma. Para que mudar o que é perfeito, não é mesmo?

Agora, para alegria dos fãs da franquia – e de qualquer pessoa que ame cinema – estreou no Canal Paramount+ a minissérie que mostra os bastidores deste que é um dos maiores sucessos da história do cinema. “The Offer” (A Oferta) conta detalhes do pesadelo enfrentado pelos produtores Al Ruddy e Robert Evans para viabilizarem o projeto que acabaria tirando a Paramount Pictures da quase falência. A série se baseia nas memórias de Ruddy, um produtor iniciante que precisou convencer desde o presidente do estúdio até dobrar a própria máfia para que “O poderoso chefão” fosse feito. A comunidade italiana ofendeu-se com o livro de Mario Puzo, alegando que ele manchava a imagem dos imigrantes. Frank Sinatra entrou na briga, furioso por acreditar que o cantor  retratado no livro era ele.

É difícil saber o que é fato e o que é ficcional, tais os absurdos que Al precisa vencer, como fazer acordo com um chefão italiano de Nova York para retirar a palavra “máfia” do roteiro ou brigar quase até a morte para ter o nome do desconhecido Al Pacino aprovado para o papel de Michael Corleone, exigência de Coppola. Aliás, o temperamento do diretor e também co-roteirista, junto com Puzo, foi outro inferno para o produtor.

Alguns críticos brasileiros chamaram a minissérie de morna, mas discordo. Emocionei-me com Al Ruddy, Puzo e Coppola quando eles vão até a casa de Marlon Brando para tentar convencê-lo a aceitar interpretar Dom Corleone.  Fiquei super empática na cena do chefe do estúdio, Robert Evans, relatando sua primeira vez em um cinema. Além disso, há referência a vários filmes em produção na época, como Lua de Papel, Chinatown e Love Story. Isso faz a alegria de qualquer cinéfilo. A direção de arte que recria a época dos anos 70 é perfeita e o elenco tem boas interpretações como Miles Teller (AL Ruddy), Matthew Goode (Evans), Dan Fogler (é o Coppola jovem perfeito) e Anthony Ippolito (que mesmo sem parecer fisicamente, tem todos os maneirismos de Al Pacino).  Produção morna, coisa nenhuma. Deliciosa!

The Offer está disponível no Paramount +, via Prime Vídeo ou via Now/Net. (Veja o trailer)

O poderoso chefão I, II e III está disponível no Telecine e no Prime Vídeo (incluindo a Parte III, reeditada por Francis Coppola – O desfecho-A morte de Michael Corleone).

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Mais cinema no cinema

Outras produções disponíveis sobre o olhar para dentro ou metafilmes.


Séries

Hollywood –  8 episódios – 2019 – Netflix

Divulgação/Reprodução

Esta minissérie explora o inesgotável tema da Era de Ouro de Hollywood, aquele momento em que o cinema virou uma indústria milionária, com grandes estrelas atraindo multidões. Entre as personagens ficcionais, estão também algumas que os cinéfilos conhecem bem, como o jovem caipira ingênuo chegando a Hollywood para se tornar o grande Rock Hudson, ou  Queen Latifah interpretando Hattie McDaniel, a primeira atriz a ganhar um Oscar, em 1939. Ambientação, figurino, tudo é muito cuidado para nos convencer que voltamos no tempo e estamos realmente na Meca do cinema.

 

Feud – Bette e Joan –  8 episódios – 2017 – Star+

Divulgação/Reprodução

Reza a lenda que uma das rivalidades mais famosas da história do cinema se deu entre Bette Davis e Joan Crawford, as colegas de elenco em “ O que aconteceu a Baby Jane?”. A minissérie conta detalhes da relação das duas divas, as puxadas de tapete e os bastidores do filme. Para interpretá-las, duas atrizes de primeira: Susan Sarandon (Bette) e Jessica Lange (Joan).  Não por acaso, “Feud” recebeu 17 indicações ao Emmy.

A boa notícia é que “Feud” ( a disputa, a contenda)  vai ganhar uma segunda temporada, desta vez centrando no escritor Truman Capote e nas colunistas fofoqueiras que infernizavam a vida dos astros de Hollywood. Para dirigir a nova história, ninguém menos que o prestigiado Gus Van Sant.

 

Filmes

Era uma vez em Hollywood – direção: Quentin Tarantino – 2019 – Telecine

Divulgação/Reprodução

Acho este um dos melhores filmes de Tarantino. Um verdadeiro louvor ao Cinema, naquele ritmo ágil e divertido comum ao diretor. Brad Pitt recebeu vários prêmios pelo papel de dublê de Leonardo DiCaprio, que também está ótimo interpretando um ator decadente. O roteiro mistura ficção e realidade, como o trágico episódio do assassinato da atriz Sharon Tate – então casada e grávida do diretor Roman Polansky – pelos discípulos de Charles Mason.

 

A garota – direção: Julian Jarrod – 2012

Divulgação/Reprodução

Nos últimos anos descobrimos, através de filmes e documentários, que Alfred Hitchcock não era exatamente um inofensivo bonachão como sua cara sugeria. “A garota” mostra a relação obsessiva do grande diretor por Tippi Hedren, estrela de alguns de seus filmes mais importantes como “Os pássaros”. Na época, uma modelo desconhecida nas telas, Tippi comeu o pão que o diabo amassou nas mãos de Hitch.

 

O Artista – direção: Michel Hazanavicius – 2012 – Prime Vídeo

Divulgação/Reprodução

O sucesso de um filme mudo, em preto e branco, parecia improvável, mas foi um arrasa-quarteirão e levou vários Oscars e Globos de Ouro. A história se passa na Hollywood, em 1927, quando o  astro do cinema mudo George Valentin começa a temer se a chegada do cinema falado fará com que ele perca espaço e acabe caindo no esquecimento.  oportunidade e tanto para traballhar no segmento. Será o fim de sua carreira e de uma paixão? Ah, e o cãozinho do protagonista rouba todas as cenas em que aparece.

 

Documentários

Filmes que marcam época – 3 temporadas – 2019 – Netflix

Divulgação/Reprodução

A série mostra a história de campeões de bilheteria do cinema americano que marcaram gerações. Atores, diretores e outros profissionais do cinema revelam detalhes nunca antes contados.  Entre eles estão  Aliens, Robocop, De Volta Para o Futuro, Uma Linda Melhor, Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros e Forrest Gump.

 

Cineastas – 10 episódios –  2019 – Canal Curta!

A produção mostra o trabalho de alguns dos principais cineastas do cinema brasileiro: Cacá Diegues, Fernando Meirelles, Rosemberg Cariry, Cláudio Assis, Tata Amaral, Beto Brant, Jorge Furtado, Lúcia Murat, Marcelo Gomes e Bruno Barreto.

 

As protagonistas – 13 episódios –  Tata Amaral – 2021 – Cine Brasil TV e Oi Play

“As Protagonistas” conta a história do audiovisual brasileiro a partir da produção das cineastas mulheres. Desde os anos 1930 até os dias de hoje, as cineastas assumem o protagonismo de suas carreiras, suas produções e constroem as políticas de valorização do audiovisual brasileiro.

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NOVIDADES EM JUNHO

Divulgação/Reprodução

*E acaba de chegar na Netflix, a segunda temporada de uma das minhas séries políticas favoritas, a dinamarquesa  Borgen – O reino, o poder e a glória (foto). Falarei mais dela na próxima edição.

* Contando os dias também para a chegada de Peaky Blinders. A derradeira temporada chega na Netflix em 10 de junho. Já sabemos que a trama traz uma grande perda. Algum dos irmãos Shelby ?

* Confesso que não curto muito essa leva de filmes sobre ícones da músicas, mas os fãs de George Michael vão vibrar com Freedom uncut que chega dia 22 de junho nos cinemas. O filme contém o arquivo pessoal de George, com cenas inéditas e imagens domésticas. Está tudo lá, a briga dele com a gravadora que acabou ajudando os outros músicos, a dor pela perda de seu primeiro amor, seu envolvimento com a feitura do filme.

* Wagner Moura não para um minuto. Atuando na recém lançada série da Apple+, “Shining Girls”, ao lado da incrível Elizabeth Moss (O conto da aia), o ator está gravando “Agente oculto” com Ryan Gosling , para a Netflix, e “Civil War”, com Kirsten Dunstin que brilhou recentemente em “Ataque dos cães”. No Brasil, Wagner tem um projeto engatilhado com Kleber Mendonça, diretor de “Bacurau”.

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THE END

cronica

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