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98% das obras de mitigação de enchentes em Santa Catarina estão paralisadas ou com o andamento comprometido

Mercado Público de Rio do Sul após as chuvas na cidade (Foto: Marco Favero / Secom)

O levantamento realizado pela FIESC, por meio da ferramenta Monitora FIESC, revela um cenário absurdo: 98% dos projetos relacionados à mitigação de enchentes no Estado estão paralisados ou com andamento comprometido. Isso eleva os riscos em áreas vulneráveis a desastres naturais, como o Vale do Itajaí, que historicamente sofre com inundações. Esse monitoramento reflete a necessidade urgente de ação para evitar novos prejuízos e proteger tanto a população quanto o setor produtivo.

Durante a reunião da Câmara de Transporte e Logística da FIESC que ocorreu nesta terça-feira (02.10), Egídio Martorano, presidente da Câmara de Transporte e Logística da FIESC, destacou a gravidade da situação das obras de contenção e mitigação de enchentes em Santa Catarina: “Estamos falando de um cenário onde quase 98% das obras estão paralisadas, e isso coloca em risco milhares de famílias e empresas, especialmente em áreas críticas como o Vale do Itajaí. A falta de ação é inaceitável”. Essa declaração reforça a necessidade de uma retomada imediata dos projetos para evitar maiores danos.

 

Impacto Histórico dos Desastres Climáticos

Essa negligência histórica já trouxe prejuízos significativos ao estado. O estudo “Atlas Digital de Desastres no Brasil” revela que entre 1991 e 2022, Santa Catarina sofreu perdas estimadas em R$ 32,5 bilhões decorrentes de desastres climáticos, como enxurradas, inundações, deslizamentos e secas. Esse valor coloca o estado como o sexto mais afetado do país nesse período. A indústria, por si só, contabilizou prejuízos de R$ 2,67 bilhões.

 

Saneamento e Infraestrutura Deficientes

Outro fator que agrava o cenário de vulnerabilidade é a infraestrutura deficiente de saneamento. Santa Catarina, com apenas 32,3% de cobertura de esgoto, ocupa a 19ª posição no ranking nacional de tratamento de esgoto urbano. A média nacional é de 64%, o que reforça a necessidade urgente de investimento em saneamento básico, essencial não apenas para a qualidade de vida da população, mas também para a mitigação dos efeitos das enchentes.

Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNS), o estado precisaria de um investimento de R$ 6,4 bilhões nos próximos 33 anos para universalizar o serviço de esgotamento sanitário.

 

Uma Ação Necessária e Urgente

Os dados evidenciam a necessidade de uma ação coordenada e imediata por parte dos governos estadual e federal para a retomada dessas obras de infraestrutura e mitigação de enchentes. O atraso na execução dessas obras não só expõe milhares de famílias a riscos recorrentes, mas também compromete o desenvolvimento econômico da região, afetando diretamente indústrias e empresas que dependem da estabilidade ambiental para suas operações.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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