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Agora Moisés não serve mais para os aliados

Em agosto, quando estavam definindo quais partidos que iriam apoiar a reeleição do governador, muitos prefeitos e deputados estaduais defendiam Moisés de qualquer crítica que algum adversário ousasse fazer.

Carlos Moisés andou pelo estado distribuindo o conhecido “Pix” para inúmeras prefeituras e era tratado como o melhor governador que Santa Catarina já teve. Prefeitos de todos os partidos que, inclusive, desdenharam o candidato da própria legenda.

Mas agora, depois da derrota no primeiro turno, pois Moisés sequer conseguiu a vaga no segundo turno, muitos “aliados” não querem nem passar perto da Casa D´Agronômica para não correr o risco de serem convidados a entrar.

Politicamente, o governador errou muito pelo excesso de desconfiança em algumas figuras e por confiar demais em outras. Tinha muita gente achando lindo o governador espezinhar o MDB e dizendo que ele deveria dar mais importância na sua gestão do que colar a sua imagem no presidente Bolsonaro.

Deu no que deu e hoje não vimos mais nenhum prefeito fazendo vídeo agradecendo o governador, não vemos seus companheiros de partido falando bem dele e não temos mais nenhum deputado estadual defendendo as possíveis investigações contra o secretário Jorge Tasca.

Moisés tem ainda 82 dias a frente do Governo do Estado, mas já deve ter mandado alguém limpar a sua casa em Tubarão e já deve ter pedido algumas caixas para empacotar seus pertences.

Mas nesta terça-feira, o governador Carlos Moisés vai oferecer um jantar para pessoas próximas, principalmente para os secretários de governo, como forma de agradecimento pelo bom trabalho administrativo feito nos dois últimos anos de governo.

Independente quem ganhe o segundo turno, deve pegar as contas do governo em dia, com dinheiro em caixa e com a máquina funcionando. O novo governador não perderá tempo com ajustes econômicos no primeiro ano de governo para começar a implantar suas propostas apenas no segundo ano de mandato.

Moisés deixou seu legado, mas as besteiras feitas na esfera política marcaram mais a imagem do governador do que tudo que ele possa ter feito na área econômica. O perigo para o catarinense é que o novo governador dê muita atenção para as alianças que deem sustentação para o governo do que manter as contas públicas em dia.

Mas isso só saberemos depois do dia 30 de outubro, quando as conversas definitivas vão realmente valer para os próximos quatro anos de mandato. O que se sabe, de fato, é que a Assembleia Legislativa terá um papel importante na tomada das decisões administrativas do próximo governo.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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