O senador Esperidião Amin participou de uma longa reunião no diretório estadual do PP, nesta segunda (14) em que a cúpula da sigla debateu a composição de nominatas para deputado estadual e federal, sem esquecer que a data de 2 de abril, quando se definem as desincompatibilizações e filiações, será essencial na montagem.
O PP aguarda reforços externos e aposta nos filiados que acentuam a aritmética das urnas, como define Amin, elementar para a construção do projeto Legislativo e lembra que, em 2018, o partido mais ajudou a eleger fora do que dentro da legenda, ao citar nomes como Daniel Freitas, Ricardo Alba, Laércio Schuster e Caroline de Toni, entre outros, que alçaram voos dentro e ao largo da onda Bolsonaro.
Os nomes internos já estão mapeados, assim como a pré-candidatura de Amin ao governo mantém-se firme, “sem que seja cláusula pétrea”, sustenta o senador que já administrou Santa Catarina por duas vezes.
Amin explica que o momento é de conversas, tanto que, na quarta-feira passada (9), no Restaurante Dom Francisco, em Brasília, jantou com o senador Jorginho Mello, pré-candidato do PL ao governo, na mesma noite em que, não muito longe, o PSB nacional se encontrava com o estadual em torno do também senador Dário Berger MDB), do irmão dele Djalma Berger, do ex-deputado Mauro Mariani (MDB), o ex-prefeito Juliano Duarte Governador Celso Ramos), ciceroneados pelo ex-deputado Cláudio Vignatti e o ex-governador de São Paulo Márcio França.
Mas a esquerda é a exceção nas tratativas dos pepistas, que não querem uma aproximação agora.
Vale tentar
Amin informa que o PP também conversa com o prefeito Gean Loureiro (União Brasil) e que não há óbice para que esta aproximação se intensifique.
Aliás, sobre Jorginho, Amin explica que, no último jantar, o colega de Senado pagou a conta e nova conversa virá, sem data ainda marcada.
Moisés, o isolado!
Depois de dar deserto o jantar com Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, prova de que o Carlos Moisés não aprendeu que costura partidária se faz no Estado e não via cúpula nacional, o governador assiste ao pior dos cenários com aproximação da sigla de Carlos Chiodini “und seine musikanten” com o União Brasil e o PSDB, que vão correr o país para tirar no “palitinho” quem será o candidato ao Planalto.
Foi tão evidente o fracasso da empreitada atrás de um vice emedebista por Moisés, que o pré-candidato Antídio Lunelli e o padrinho de seu projeto, o presidente estadual do MDB, deputado Celso Maldaner, se reuniram nesta segunda (14) com o prefeito Gean Loureiro, pré-candidato do União, para trocar figurinhas.
Antídio prefere ficar com Gean do que aceitar o MDB com Moisés, principalmente depois do convite para ser vice ao vassalo Chiodini, fato que só agrava o quadro de isolamento do governador, agora ilhado no Republicanos, sem pelo menos dois dos parceiros que almejava, emedebistas e tucanos, e sem perspectivas de reverter a situação pela ausência da lucidez de Eron Giordani, que desembarca do governo no fim do mês, mas já não está nas reuniões.
Continha
Mal chegou no Republicanos e Moisés deve ser acessado para uma conversa ruim, vinda da prefeitura de Florianópolis.
Com a licença de Topázio Silveira Neto do partido, que será oficializada nesta terça (15) ao presidente e deputado Sérgio Motta, antes do vice assumir a prefeitura e debandar da sigla com a renúncia de Gean, os filiados que têm cargos em comissão no município serão exonerados e o pedido está pronto para que Moisés acolha os “refugiados”.
Guerra de versões: uma criança e uma aeronave no meio
Depois do deputado Bruno Souza (NOVO) ter garantidos vários likes e compartilhamentos de um post onde denuncia que o serviço aeromédico do Estado não foi prestado a um criança de Caçador porque o governador usou um avião Arcanjo para ir a Brasília, onde tinha agenda oficial e se filiou ao Republicanos, a Secretaria de Comunicação afirma que a história não é veradadeira.
Em longo texto repassado à imprensa, a Secom afirma que é “falso que criança tenha ficado sem atendimento aeromédico em Santa Catarina” e que “o Governo do Estado esclarece que nenhum paciente deixou de ser atendido pelo serviço aeromédico”, além de sustentar que a ilação feita em redes sociais pelo deputado de que “o transporte de uma criança deixou de ser realizado para dar prioridade a uma viagem do governador é falsa e apresenta claro interesse político-eleitoral”.
A equipe do deputado debruçou-se sobre os dados e sobre a lei para o parlamentar declarar que o Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, que possui dois aviões para transporte aeromédico, chamados de Arcanjo 2 e Arcanjo 6, e dois helicópteros para atender a emergências, recebeu no dia 8 de março uma solicitação de transporte de uma criança de Caçador para Florianópolis, e que a chamada só foi atendida no dia seguinte.
No solo
Segundo o governo do Estado, no momento do pedido, o Arcanjo 2 estava em manutenção devido a uma pane no gerador, e o Arcanjo 6 já havia decolado em missão oficial para Joinville, onde levava o governador e assessores, conforme o manifesto do voo, e, em seguida, foi a Brasília, para uma agenda oficial às 11h15min do dia 10 de março, quinta-feira, na Procuradoria Especial em Brasília (SHS, quadra 06, bloco A, sala 208), entre outros compromissos.
Na guerra de narrativas, o parlamentar diz que vai solicitar esclarecimentos e a Secom rebate, ao dizer que o avião, usado por Moisés é utilizado no chamado transporte feito leito a leito, ou seja, “quando o paciente já está em ambiente hospitalar, com cuidados médicos, e necessita ir para um centro de referência”, o caso, a criança, que nasceu dia 5 deste mês, deveria ser transportada em função da distância entre o Meio-Oeste e a Capital, o que ocorreu dia 9, sem prejuízo à saúde da mesma.
Informa ainda que, além dos Arcanjo 2 e 6, um terceiro avião foi recebido neste mês: “um Carajá igual ao Arcanjo 2, adjudicado de dívidas da Empresa Reunidas com Estado”.
Resumo da Ópera
Na essência, o deputado misturou as utilizações de avião e helicóptero, que são diferentes mas têm valor eleitoral, e levantou um tema que deve incomodar Moisés.
E o governador mostra que foi às pressas a Brasília, pois, em outras situações, utilizou avião de carreira para ir à Capital Federal.