
O senador Esperidião Amin e o presidente estadual, deputado Silvio Dreveck, acordaram que, nos próximos dias, sem passar de meados de dezembro, vão se reunir com demais integrantes do PP para firmar a diretriz de que a sigla terá candidato ao governo do Estado, em 2022.
Amin fala em seu nome e entende que, sem uma candidatura própria, a sigla perderá terreno inclusive no Legislativo, em uma clara contraposição ao que ocorreu, na última eleição geral, onde o PP ajudou a eleger mais gente fora do que dentro do partido.
A possibilidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) escolher um vice do Progressistas não interferirá nos planos estaduais e a pressão para os pepistas catarinenses seguirem com Jorginho Mello (PL), o que duplicaria o projeto nacional, está fora da perspectiva de Amin e da maioria da legenda.
A foto principal, captada na sessão de quarta (1°) no Senado, é emblemática, porque contempla Amin a discursar, aguardado por Jorginho e o senador Dário Berger (MDB) na condição de observador, três nomes fortes na bolsa de apostas para concorrer ao governo.
O nome
Amin afirma que se o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, quiser concorrer ao governo do Estado é só se apresentar que terá o total apoio integral dele.
“Terei que correr o Estado com ele (Ponticelli), mais do que ele faria comigo”, sintetiza Amin.
Fator Moisés
A possibilidade Carlos Moisés se filiar ao PP é considerada por Amin e por muitos no partido, mas a dúvida reside se os que apoiam o governador, entre prefeitos e os deputados Altair Silva e José Milton Scheffer, estariam dispostos a votar nele caso o caminho fosse a filiação no MDB.
Amin lembra que a relação dele, da deputada Angela Amin e até do deputado João Amin é amistosa com Moisés e vê no governador uma condição muito mais próxima, ideológica e politicamente, com o PP do que com outra sigla, principalmente o MDB, embora não cite explicitamente o nome da legenda.
O senador que já governo Santa Catarina por duas vezes crava: “Não vai ficar sem o 11 na tela (em 2022), há um tempo para negociar e um tempo para conversar!”
TRIBUNAL DE JUSTIÇA SC/DIVULGAÇÃO
INEDITISMO NO TJ
O conhecimento jurídico refinado do desembargador João Henrique Blasi é elogiado pelos operadores de direito, mas o que a eleição do magistrado para presidente do Tribunal de Justiça acrescenta à mais alta corte é um perfil inédito ao cargo: o de político. Deputado estadual por quatro mandatos e um dos mais aplaudidos estrategistas e conciliadores da Assembleia, pelo MDB, Blasi chegou ao TJ pelo quinto constitucional da OAB em meio a injustificadas cobranças de quem queria interromper o processo. Venceu a etapa, tomou posse em 2007, e, nesta quarta (1°), obteve mais uma vitória ao receber 56 votos contra 36 da desembargadora Soraya Nunes Lins. A única situação que, por ora, nem Blasi nem os demais desembargadores querem viver na nova gestão, que será inaugurada em 1° de fevereiro de 2022, é a reedição de um turbulento cenário de auge da pandemia e de dois processos de impeachment contra o governador Carlos Moisés, responsáveis por obrigar o desdobramento das atividades do atual presidente, desembargador Ricardo Roesler, que fez história.
Corpo diretivo
Os demais integrantes do comando do TJ também foram eleitos na sessão do Pleno de quarta (1°).
São eles, os desembargadores Altamiro de Oliveira (1º vice-presidente), Denise Volpato (corregedora-geral judicial), Getúlio Corrêa (2º vice-presidente), Gerson Cherem II (3º vice-presidente) e Rubens Schulz (corregedor-geral extrajudicial).
Não emplacou 1
Auxiliar no gabinete do ministro Edson Fachin, do STF, desde 2019, o juiz catarinense Paulo Marcos de Farias (foto) teve o nome rejeitado para compor o Conselho Nacional do Ministério Público por cinco votos, no plenário do Senado: precisava 41, obteve 36.
DIVULGAÇÃO/CNMP
Nos bastidores da Câmara Alta, um dos motivos para a votação estaria na condição de lavajatista do magistrado, o que fez o resultado parecer uma “vingança”, de acordo com o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Não emplacou 2
No plano político, a indicação do magistrado, feita pelo STF, teve parecer favorável do senador Jorginho Mello (PL), na CCJ, embora a proximidade de Fachin com o ex-deputado Gelson Merisio (PSDB) seja notória, o que na avaliação geral não atrapalharia Farias, que é de Tubarão e reúne os requisitos para a função.
Há, portanto, uma lista de derrotados no entorno do juiz, que virou bode expiatório nas mãos dos senadores.
NATHAN NEUMANN/DIVULGAÇÃO
EU SOU VOCÊ AMANHÃ!
O consagrado refrão de uma propaganda de bebida alcoólica na década de 1980 não combina com as figuras dos terrivelmente evangélico e católico, o futuro ministro do STF André Mendonça e o senador catarinense Jorginho Mello (PL), mas bem que cabe quando olharmos com atenção acima da testa de ambos. Na foto tirada logo após à aprovação do nome do ex-ministro da Justiça e advogado-geral da União, na CCJ, pode se observar que o transplante de cabelo de Mendonça foi um sucesso, pegou forma nos quase cinco meses de espera pela sabatina que levou a indicação à confirmação. Jorginho também caprichou na modalidade e espera pelo crescimento capilar. Além disso, os dois são fiéis escudeiros de Jair Bolsonaro e o senador carrega até uma capa no celular com a imagem do presidente da República, de quem virou aliado-torcedor. Já Mendonça não poderá expor a preferência publicamente, em função da liturgia do cargo que ocupará em breve.