As dificuldades do padrão Globo de qualidade

Padrão Globo de qualidade já foi sinônimo de televisão e o contrário também: TV de qualidade era automaticamente ligada à Globo. Este ano, que foi difícil para toda a mídia, atingiu fortemente a rede instalada a partir da rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, e suas melhores práticas.
O exemplo não vem só no visual do Jornalismo, mas ele é um indício que certos cuidados deixaram de existir. Há comentarista descabelado, apresentador fora de forma, cabelos sem corte adequado. Quebraram a regra de que quem está no vídeo não pode chamar mais atenção do que a notícia.
As principais dificuldades, no entanto, estão na área de direitos. O ano foi duro para a Globo que perdeu a Fórmula 1, Libertadores da América, primazia na Copa do Brasil, alguns jogos da seleção nas eliminatórias para a Copa e até discute os direitos da Copa do Mundo. A emissora deixou de pagar milhões de dólares à FIFA e entrou na Justiça para tentar diminuir valores.
O corte de custos passou a ser foco da Globo. A implantação do projeto "Uma só Globo" eliminou muitos empregos, sendo os mais visíveis de artistas consagrados das novelas. Cada vez mais gente cumpre mais tarefas que eram de outros.
Na virada do ano, haverá uma renovação na própria direção. Na direção artística, sai Carlos Henrique Schroder, substituído por Carlos Waddington, e na área de dramaturgia, Sílvio de Abreu deixará o cargo para José Villamarim.
O setor de novelas também foi fortemente impactado este ano com a interrupção das gravações – substituídas por remakes – e a não utilização do novo complexo para gravações inaugurado pouco antes da pandemia, com o objetivo de ser uma fonte de receita.
Enfim, desse projeto não deverá sair apenas uma só Globo mas uma nova Globo diante de tantas alterações já feitas e as que estão por vir.