Time sem alma

O Avaí parece cada vez mais distante da briga pelo acesso. A derrota para o América-MG por 2 x 0 na noite de terça-feira (2) mostrou um time apático, sem intensidade e sem sangue nos olhos. O discurso de que “jogou bem e perdeu” já não convence ninguém. O Leão não tem padrão, não tem reação e transmite a sensação de que aceita o resultado adverso.
Defesa vulnerável
O sistema defensivo segue sendo um dos maiores problemas. Eduardo Brock falhou no lance do primeiro gol e não esteve na área para corrigir o erro. A recomposição é lenta e a zaga não transmite segurança. Contra ataques mais qualificados, o risco é ainda maior.
Meio-campo perdido
Sem Del Piage, que se lesionou aos 14 minutos do primeiro tempo, a equipe se perdeu. Jamerson entrou e até tentou organizar, mas o meio de campo não funcionou. A articulação ofensiva inexiste e o Avaí vive de chutões e jogadas isoladas. É muito pouco para quem sonha com a Série A.
Ataque inoperante
Mais uma vez, o ataque passou em branco. Tirando a cabeçada de Emerson Ramon, o Avaí não levou perigo real ao gol adversário. Cléber, Hygor e companhia somem em campo. Não há jogadas ensaiadas, triangulações ou variações. É um setor sem vida.
Comando questionado
Jair Ventura começa a perder sustentação. As entrevistas pós jogo, cheias de desculpas e declarações de que o time foi bem, soam desconectadas da realidade. O Avaí perdeu para o lanterna e o vice lanterna, além de sucumbir para um América em crise. O técnico já não consegue tirar nada novo do elenco.
Bastidores turbulentos

Atrasos salariais, treinos comprometidos e protestos silenciosos viraram rotina. O extracampo contamina o vestiário e reflete dentro de campo. O ambiente azurra é pesado, e a diretoria parece paralisada diante do caos. Sem organização fora das quatro linhas, não há recuperação dentro delas.
Distância do G-4
Falar em acesso hoje soa quase como utopia. O Avaí está a quilômetros do grupo de cima e, pior, começa a olhar para baixo. O Z-4 já não está tão distante, e a preocupação é legítima. Com futebol pobre e elenco desmotivado, a queda passa a ser uma ameaça concreta.
Pressão no Avaí Day
No domingo, o clube promove o Avaí Day para comemorar seus 102 anos. Mas, em campo, o desafio é contra o líder Goiás, o pior adversário possível para um time em crise. A festa pode virar frustração se não houver resposta imediata. O torcedor, cansado de promessas vazias, quer mais do que comemoração: exige reação.









