Em um publicação nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou contrário à realização do aborto na menina de 11 anos que foi estuprada em Santa Catarina. A criança sofreu um abuso sexual no início do ano e lutava na Justiça para que a interrupção da gestação fosse realizada, o que aconteceu na última quarta-feira, 22, quando ela estava com 29 semanas de gestação.
“Um bebê de 7 meses de gestação, não se discute a forma que ele foi gerado, se está amparada ou não pela lei. É inadmissível falar em tirar a vida desse ser indefeso”, publicou Bolsonaro.
Ele alegou que a “única certeza sobre a tragédia da menina grávida de 7 meses é que tanto ela quanto o bebê foram vítimas, almas inocentes, vidas que não deveriam pagar pelo que não são culpadas”. Bolsonaro ratificou que trata-se de um tema “sensível”, mas que “tirar uma vida inocente, além de atentar contra o direito fundamental de todo ser humano, não cura feridas nem faz justiça contra ninguém, pelo contrário, o aborto só agrava ainda mais esta tragédia”, argumentou.
Para ilustrar a publicação no Instagram, Bolsonaro usou uma foto de um bebê que nasceu com 25 semanas de gestação.
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Uma publicação compartilhada por Jair M. Bolsonaro (@jairmessiasbolsonaro)
O caso da menina catarinense foi revelado pelos sites The Intercept Brasil e Portal Catarinas. Vítima de estupro no começo do ano, ela descobriu a gravidez com 22 semanas e tentou realizar um aborto, mas o hospital exigiu uma autorização da Justiça, já que pela normas da unidade o procedimento só poderia ser realizado até 20 semanas.
A juíza Joana Ribeiro Zimmer, então, teria negado o aborto e encaminhado a menina a um abrigo para evitar que ela realizasse o procedimento. Nesta semana, com a repercusão nacional do caso, a Justiça de Santa Catarina determinou que a menina voltasse a morar com a mãe e que ela fizesse a interrupção da gravidez.
A juíza, por sua vez, está sendo investigada pela conduta no caso.