Logo cedo, às 6 da manhã, a Polícia Federal, como é de praxe, bateu na casa do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), para cumprir um mandado de busca e apreensão assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, que inclusive é o relator do inquérito que deflagrou a Operação Vanire.
Segundo a nota da Polícia Federal, essa operação está sendo feita para “esclarecer a atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde”.
Resumindo, o STF e os policiais foram colher documentos e o celular de Bolsonaro para saber se ele falsificou o cartão de vacina da Covid-19 para poder entrar legalmente nos Estados Unidos na viagem que fez no fim de 2022.
Na manhã de hoje Bolsonaro afirmou novamente que ele e sua filha Laura, de 12 anos, não foram vacinados contra a Covid-19 e negou qualquer adulteração nos cartões de vacinação da família.
Entre os políticos catarinenses, há uma certa apreensão para saber como essa operação vai se desenrolar durante o dia de hoje, pois Bolsonaro ainda deve ser ouvido na sede da Polícia Federal na tarde de quarta-feira.
Na sua conta do Twitter, o presidente Lula (PT) apenas postou “Bom dia e boa quarta-feira”. Já o governador Jorginho Mello (PL) fez uma postagem mais contundente.
Ele escreveu no Twitter que “Nossa liberdade não pode estar sujeita aos caprichos de censores. Crimes devem sempre ser punidos, mas em uma democracia não pode haver arbítrio e perseguição a opiniões e pontos de vista”.
Os parlamentares bolsonaristas de Santa Catarina, como o senador Jorge Seif (PL), o deputado federal Daniel Freitas (PL) e a deputada federal Júlia Zanatta (PL), não fizeram nenhuma publicação sobre esse caso do ex-presidente.
Já a deputada federal Ana Paula Lima, do PT, publicou a frase “o cerco tá fechando!” junto com a informação da operação da Polícia Federal na casa de Bolsonaro.
O também deputado federal Pedro Uczai (PT) fez uma postagem mais afirmativa, escrevendo na sua conta do Twitter que “a água tá batendo!” e afirmou também que “Tenente-coronel Cid ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi preso hoje por falsificação de dados de vacinação contra a COVID. Nessa leva a filha de Bolsonaro também teve sua carteira falsificada. Tic, tac…”.
Décio Lima (PT), presidente do Sebrae, também postou sobre o caso. Ele escreveu que “A verdade está vindo à tona de um ex-presidente negacionista que falsificou cartão de vacina para entrar nos EUA, que exigia a vacinação e corrompeu menor de idade. Bolsonaro precisa pagar pelos seus crimes”.
Vale ressaltar que o inquérito ainda está na fase de recolhimento de provas e que nenhum crime ainda foi imputado pela Justiça ao ex-presidente Jair Bolsonaro.