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Caminhos da Reportagem apresenta os perigos e as contradições da exposição de dados na Internet

Foto: Divulgação

Nesta segunda-feira, 29, a TV Brasil exibe, às 23h, um novo episódio do programa Caminhos da Reportagem que tem como tema “Rastros digitais: o que a internet sabe sobre nós”. A atração aborda a dimensão do valor das informações deixadas por usuários em sites, aplicativos e redes sociais.

De acordo com um levantamento, o brasileiro passa, em média, 9 horas por dia online, principalmente nas redes sociais, o que coloca o país entre os que mais usam a internet no mundo. “Nós fomos transformados em dados e isso gera um novo tipo de riqueza para algumas pessoas que hoje estão entre as mais poderosas do mundo. E elas não produzem nada”, afirma Victor Hugo Pereira Gonçalves, presidente do Instituto Sigilo.

Para Míriam Wimmer, diretora da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), as informações que disponibilizamos na internet são uma projeção de quem somos. “Informações como a cor favorita, os locais de compra, a idade ou os riscos de saúde não representam apenas bits e bytes, mas elementos capazes de traçar um retrato completo da identidade de cada pessoa”, explica.

 

Economia da atenção

O programa premiado da TV Brasil também desvenda a chamada economia da atenção. Com foco no ser humano, um recurso escasso, essa economia é disputada por inúmeros dispositivos. “Eu passo a ter uma mira muito precisa no consumidor, sabendo exatamente como atingir aquele que tem maior potencial de consumir o produto”, aponta Marcelo Tokarski, CEO da Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados.

Nesse sentido, Ricardo Puttini, professor de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB), acrescenta que “é legítimo que a gente forneça dados, porque a maioria das aplicações os coleta de maneira voluntária. E sejamos sinceros, se você não fornece, não tem acesso ao serviço”, defende. Mas, mesmo com o consentimento, as empresas devem obedecer à legislação brasileira, em especial, à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Apesar de a LGPD estar em vigor há cinco anos, muitos brasileiros ainda têm dúvidas sobre os direitos. Uma das polêmicas atuais é o uso de reconhecimento facial em prédios. Segundo Lílian Cintra de Melo, secretária nacional de Direitos Digitais, os condomínios devem ter cautela. “Onde esses dados estão sendo armazenados? No próprio condomínio ou em uma empresa terceirizada? Quais medidas de proteção existem para não expor todos sem segurança?”, questiona.

O professor de Ciência da Computação da UnB, Flávio Vidal, ressalta a fragilidade dessa proteção. “A gente vê muitos casos, por exemplo, de vazamento de informações de moradores de condomínios. O computador que armazenava o sistema deu defeito, foi enviado ao técnico, e este fez uma cópia do HD para realizar o backup e devolveu. Ele fica com essa cópia, não a destrói, e pode até revender os dados”, alerta.

 

Turbilhão de Dados e Golpes 

Grande parte dos dados em tempo real é gerada pela chamada internet das coisas, que são dispositivos conectados à rede para facilitar o dia a dia. O especialista em cibersegurança Kalil Ferraz observa: “Quando você aumenta a quantidade de dispositivos expostos, aumenta, sim, a possibilidade e o risco associados às vulnerabilidades que eles oferecem.”

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2025), os golpes quintuplicaram nos últimos seis anos. Somente em 2024, o número de estelionatos chegou a cerca de 2,2 milhões de casos, o que equivale a aproximadamente quatro golpes por minuto no país. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, um em cada três brasileiros já sofreu algum tipo de golpe virtual nos últimos meses, totalizando cerca de 56 milhões de vítimas desde julho de 2024.

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