A partir da próxima segunda-feira, 8, o jornalista Carlos Alberto Ferreira passa a integrar o time de colunistas do Portal Making Of. O comunicador vai trazer para os leitores notícias e bastidores de Avaí e Figueirense.
Com mais de 40 anos de carreira, Carlos Alberto acumula passagens pela mídia impressa, telejornalismo, radiojornalismo e assessorias. No esporte, o jornalista já foi correspondente da revista Placar em 1985/86, também trabalhou por 12 anos como setorista dos times da capital no jornal A Notícia, e atuou no Grupo RBS por 21 anos.
Na CBN Diário, Ferreira trabalhou como Coordenador de Jornalismo e Esporte, e comandou coberturas de vários clássicos, títulos e acessos tanto do Leão da Ilha como do Furacão do Estreito.
Em entrevista a Making Of, Carlos Alberto Ferreira conta um pouco sobre sua chegada ao Portal, fala sobre o momento de Avaí e Figueirense e seus palpites para dupla da capital no Campeonato Brasileiro. Confira:
Making Of: O que os internautas que acompanham a Making Of podem esperar da sua coluna?
Carlos Alberto: Satisfação imensa em integrar a equipe do Portal, com profissionais da mais alta qualidade, muitos colegas com quem trabalhei por vários anos. A ideia é passar um pouco de nossa experiência acumulada ao longo de anos na cobertura esportiva estadual. Um olhar diferente sobre o trabalho dos clubes da capital que estão em busca do acesso no Brasileiro. Atenção aos detalhes das gestões dos clubes e o desempenho técnico. Buscaremos uma abordagem diferente e agregar novidades nas características de uma coluna digital como esta.
Making Of: Como você avalia o momento do jornalismo esportivo da capital? Quais são os destaques positivos e negativos da área na atualidade?
Carlos Alberto: Vivemos uma nova realidade, com equipes mais enxutas, profissionais novos e pouca proximidade com as fontes. Hoje, por exemplo, as transmissões de rádio e tv são em sua maioria de estúdio. Os narradores e comentaristas não viajam mais, nem para jogos no próprio Estado. O que é um aspecto negativo, pois reforça a distância do local dos eventos. O rádio era diferente há alguns anos, com profissionais reconhecidos, polêmicos e opiniões fortes. Hoje tem uma nova leva de profissionais, muitos com pouca intimidade com microfones e opiniões pouco relevantes e distantes da realidade. Embora tenhamos velocidade na apuração e circulação das informações com as redes sociais, o torcedor é bem mais ouvido pelas suas manifestações e acompanha de forma privilegiada, participando diretamente. Um fato reconhecidamente negativo é a falta de investimentos nesta área, com o enxugamento das equipes, renovação de equipamentos e treinamento.
Making Of: Avaí e Figueirense vivem um momento difícil, com sérios problemas financeiros e resultados ruins dentro de campo. Na sua opinião, quais foram os erros cometidos pela dupla nos últimos anos?
Carlos Alberto: Reconheço um momento difícil para os dois clubes capital e em geral no Estado. Há uma espécie de letargia geral em função de gestões complicadas e pouca expressividade com os resultados de campo. O pedido de recuperação financeira feito recentemente pelos dois clubes demonstra que nada está bem. Isso reflete diretamente no ânimo do torcedor, na queda de audiência dos veículos de comunicação e faturamento ruim. Um acúmulo de erros ao longo dos anos, que resultaram nesta situação caótica.
Making Of: O que pode ser feito pelos times da Capital para retomar uma posição de destaque no cenário nacional?
Carlos Alberto: O Figueirense em situação mais complicada, por enfrentar pelo terceiro ano a disputa da Série C, uma competição com pouco ou quase nada de recursos, pouca expressividade e dificuldades de investimentos. Chegamos a ver recentemente a campanha do PIX, que mobilizou o torcedor e a participação de empresários alvinegros. Creio que os dirigentes que hoje tocam o processo têm capacidade de reverter o quadro, mas a longo prazo. Lembro que estes dirigentes revelaram há pouco que o clube corria o risco de fechar as portas. Felizmente isso foi superado. Houve uma mudança de objetivos e o clube segue tentando chegar à Série B, que seria uma mudança de patamar. Já o Leão da Ilha, com essa nova gestão, zero de conquistas esportivas. O Clube estava na Série A quando a atual gestão assumiu e era campeão estadual. Mas fracassou no futebol e segue assim até hoje. O sonho de acesso passa por uma mudança de patamar, com gente mais experiente no futebol e qualificação do grupo de atletas. Hoje não temos certeza onde o Avaí pode chegar com desempenhos ruins em campo. O torcedor não tem mais paciência para acompanhar o time sem ganhar.
Making Of: Quais são suas expectativas para o Avaí e Figueirense no Campeonato Brasileiro?
Carlos Alberto: Vejo hoje a Série B muito mais complicada do que as duas últimas quanto tínhamos grandes na disputa. A razão disso é que há um equilíbrio muito grande entre 12 clubes. Quatro sobem, então a briga será grande. Destes 12 clubes, pelo menos 8 deles estão muito bem estruturados, com elencos de qualidade e em condições de fazer novos investimentos. Vejo um cenário ruim para o Avaí no momento, com apresentações fracas e uma comissão técnica que não consegue mudar o quadro pela falta de experiência. Alex de Souza é um técnico novo e com poucas convicções. Já o Figueirense é uma incógnita. Trabalho novo, reforços chegaram e uma mudança de mentalidade com o técnico Roberto Fonseca. A Série C também não será fácil e temos clubes que estão muito mais bem preparados para buscar o acesso do que o Figueirense. O clube precisa se reinventar e investir em reforços. Caso contrário, o torcedor vislumbra um cenário desanimador.