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Chegadas e partidas

Chegadas e partidas
Frances McDormand/divulgação

Vou aproveitar nossa aberturinha aqui para fazer uma reclamação: se os canais fechados de entretenimento já eram “terra de ninguém” antes, com a pandemia a situação piorou.

Com a desculpa da quarentena nas produtoras, alguns estão repetindo os mesmos episódios de realities há um ano e meio. Isso abrange desde canais como E! e h&h, até os da Globosat, como o GNT. É bom que se diga que já há novas temporadas nos países de origem. Aqui parece que descobriram um jeito de diminuir a despesa, mantendo a receita.

Outra coisa é o desleixo na postagem dos episódios. Tomando como exemplo a HBO – que primava por colocar a temporada inteira e agora aderiu à logística de soltar apenas um por semana – tem série que já começa no segundo episódio (Laetitia), outra pula do segundo para o quarto episódio (Catch and kill).

O mais exasperante é não ter a quem reclamar. Se você ligar para a NET, ela dirá que é apenas operadora. Comunicação direta com os canais é praticamente inexistente. Então, o assinante que se queixe para o bispo! Talvez a solução fosse a assinatura por canal e não em pacote. Teriam que respeitar o cliente para não perdê-lo.

Obs.: Tenho visto muita gente abrindo mão de assinatura de canais, ficando apenas com os streamings como Netflix, Prime e afins. Cabe mesmo a pergunta: vale a pena pagar tão caro por um plano completo de canais fechados?

Bem, findo o desabafo, vamos ao que interessa!

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Filmes

Nomadland – direção: Chloe Zhao – 2021 – Telecine

Eis que chega o grande vencedor do Oscar/2021! Não é um filme para agradar o grande público, mas toca em questões humanas delicadas. A premiadíssima Frances McDormand interpreta uma mulher que perde o marido e vê a cidade onde morava ruir após o fechamento da fábrica que empregava a todos. Ela passa a morar dentro de uma van, estacionando em  lugares onde exista trabalho temporário. Esse road movie não é glamoroso, mas proporciona à ela o encontro com pessoas na mesma situação. Afetos se formam rapidamente. São os chamados “nômades modernos”. O fato de apenas Frances  e David Strathairn serem atores profissionais dá ao filme um ar de documentário, tornando tudo mais autêntico. Uma história comovente, sem violinos ao fundo e artifícios de emoção fácil, mostrando um outro lado da nação capitalista mais rica do mundo.

 

Saída à francesa – direção: Azezel Jacobs – 2021 – HBO

É bom rever Michelle Pfeiffer, uma atriz pela qual tenho grande simpatia, de volta às telas. Ela interpreta uma socialite falida, de comportamento peculiar, que muda de Nova York para Paris com o filho tímido. Lá ela vai gastando os últimos recursos, enquanto encontra outras pessoas incomuns pelo caminho. É uma comédia dramática com alguns pontos interessantes. (Na foto, Michelle e Lucas Hedges, mãe e filho em French Exit)

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Séries

Goliath –  4ª temporada – Prime Vídeo

Esta é  quarta  também a derradeira temporada deste drama jurídico que traz o carismático Billy Bob Thornton (foto) no papel do advogado Billy McBride. Desta vez, ele tentará derrubar um dos maiores “Golias” da série: a indústria de opioides. Sua parceira continua sendo Patty, vivida por Nina Arianda, agora empregada num grande escritório de advocacia. Quem é fã vai sentir falta de mais um personagem querido que se despede este ano, como foi com o Bosch, também da Prime.

 

Dr.Death –  08  episódios – Starzplay (Prime) – 2021

Três nomes conhecidos chamam atenção logo de cara: Alec Baldwin e Christian Slater, como os dois médicos que tentam impedir o colega neurocirurgião, interpretado por Joshua Jackson, de continuar matando ou aleijando seus pacientes em cirurgias mal-sucedidas. A dupla esbarra no corporativismo e burocracia na luta para tirar o Dr.Morte de circulação. O mais apavorante é que se baseia num personagem real.

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ECOS DO EMMY 2021

 

*O que era aquilo?

Sobre os looks do tapete vermelho: as mulheres incrivelmente discretas, muitas “desaposentando” o preto, e os homens com smokings rosa, verde cítrico e até blusa de decote ombro a ombro!

Uma confissão: sempre espero que na infalível pergunta no tapete – o que você está vestindo?, alguém responda: ah, foi a Dona Jandira, costureira do meu bairro que fez! Hahaha…

*Não entendi

Gosto da Olivia Colman, mas ela apenas repetiu a performance correta como rainha Elizabeth em The Crown que a premiou no ano passado. Nesta categoria tínhamos a favorita Emma Corrin, como a princesa Diana em The Crown; MJ Rodriguez, de Pose, que faria história como primeira atriz trans a ser premiada e a ma-ra-vi-lhosa Uzo Aduba por Em terapia! Votantes preferiram a tal “zona de conforto”.

O gambito da rainha (Netflix) é uma minissérie legal, popularizou o xadrez etc… mas, daí amelhor do ano? Muita gente torceu o nariz e eu também preferia Mare of Easttown (HBO), por exemplo.

*Resultados que me fizeram sorrir

Prêmio de Melhor Atriz em minissérie para Kate Winslet como a investigadora de Mare of Easttown (HBO)

Melhor Ator para Ewan McGregor, como o estilista, em Halston (Netflix)

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ACERVO

Em 03 de abril de 2019, a coluna trouxe filmes e séries sobre um dos períodos mais terríveis da nossa história. Vale a pena dar uma olhada na lista de produções que recontam os anos de chumbo. Convém não esquecer. Confira aqui.

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THE END

*Fotos reprodução/divulgação

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