Clássico de sempre
Figueirense e Avaí voltam a se enfrentar nesta terça-feira (09), às 19h, no Estádio Orlando Scarpelli, pela Copa Santa Catarina. Será o jogo de número 460 da história, e, como já dizia o poeta, clássico é clássico e vice-versa. Porém, há quem questione: o peso segue o mesmo, mesmo quando os objetivos dos clubes na temporada são distintos? Tem transmissão pela Jovem Pan News 98,3 FM.

Interesses diferentes
O Avaí já garantiu a vaga na Copa do Brasil ao conquistar o Campeonato Catarinense e está confirmado na Série B de 2026. Ainda sonhando com o acesso à Série A. Por isso, vai a campo com um time sub-20, comandado pelo técnico da categoria. Objetivo é dar minutagem para estes atletas e colocá-los em ritmo de jogo.
O Figueirense, por sua vez, joga a Copa SC de olho na única vaga que pode lhe render participação na Copa do Brasil. Confirmado na Série C do ano que vem, o alvinegro encara o torneio como oportunidade esportiva e financeira. E vai com o que tem de melhor no momento e com técnico interino Tutti Mendes.
Rivalidade desvalorizada

Apesar de todo o contexto, não há como negar: o clássico perdeu peso nesta edição da Copa Santa Catarina. O encontro não vale acesso, não vale título estadual, não define futuro nas principais divisões nacionais. Vale apenas a rivalidade, a tradição de mais de um século e, claro, as provocações entre torcidas.
Retrospecto histórico
Nos 459 jogos anteriores, o Figueirense soma 160 vitórias, contra 153 do Avaí, além de 146 empates. O primeiro duelo foi em 1924 e o último, em março deste ano, que terminou empatado por 1 a 1 e a classificação azurra nos pênaltis pelo Campeonato Catarinense. O registro histórico mantém viva a chama do confronto, mesmo quando o peso esportivo é menor.

Vale a experiência
Clássico é encontro de histórias, de personagens, de memória coletiva. Mesmo com time alternativo de um lado e elenco remendado de outro, o jogo desta terça-feira escreve mais um capítulo. Pode não valer muito na tabela, mas segue valendo para a alma do futebol catarinense. Afinal, sem o Figueira e sem o Avaí frente a frente, falta um pedaço da identidade do nosso futebol.
Greve em Caçador
O Avaí/Kindermann vive a pior crise de sua história recente. Jogadoras e comissão técnica decretaram greve em Caçador por conta do atraso nos salários. São dois meses sem pagamento para o elenco e quase quatro meses de pendência com a comissão. É o grito de socorro de um grupo que joga, treina e mora longe da Ressacada, mas que sustenta a bandeira do clube no futebol feminino. A paralisação não surpreende, apenas confirma que a corda arrebentou do lado mais frágil.

E o futuro?
O discurso oficial tenta aliviar a tensão, mas não convence. Enquanto no masculino a folha da CLT teve um respiro na semana passada, em Caçador o drama é total. A greve expõe o desprezo da gestão pela equipe feminina, mesmo com anos de relevância nacional. O clube deve não apenas salários, mas também dignidade a atletas e profissionais que sustentam a camisa do Avaí.
Catarinenses na briga pelo acesso
A reta final da Série B do Campeonato Brasileiro coloca Santa Catarina em evidência, com três clubes ainda vivos na disputa. O Avaí, que reagiu nesta rodada, segue correndo por fora, enquanto Criciúma e Chapecoense estão dentro do G-4.
Vitória importante

O Avaí venceu o então líder Goiás por 2 a 1, na Ressacada, com gols de Cléber e Marquinhos Gabriel na noite de domingo. Mesmo sem apresentar grande desempenho coletivo, a equipe aproveitou as chances que teve, ao contrário dos duelos recentes contra lanterna e vice lanterna, onde deixou escapar pontos preciosos. O triunfo rendeu duas posições, colocando o Leão na 9ª colocação ao término da 25ª rodada, cinco pontos atrás do G-4.
Próximo desafio
A próxima partida do Avaí será apenas no dia 16, diante do Atlético-GO, em Goiânia. O adversário, que empatou na rodada contra o Novorizontino, promete muitas dificuldades. Será necessário jogar mais do que nas últimas rodadas para continuar sonhando com acesso.
Tigre e Chape

Diferente do Avaí, Criciúma e Chapecoense vivem momento mais sólido. O Tigre aparece em terceiro e a Chape em quarto lugar, ambos dentro da zona de acesso. Além da regularidade, apresentam hoje melhor qualidade coletiva e elencos mais qualificados tecnicamente, o que explica a posição confortável que ocupam na tabela.









