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|Coluna de Economia| SC: indústria lidera empregos com 3,2 mil vagas

Foto: A Döhler, indústria têxtil de Joinville (SC), demonstra solidariedade / Crédito: divulgação.

A indústria de Santa Catarina criou 3,2 mil novos empregos em setembro e acumula 54,5 mil vagas em 2024, conforme o Caged, do Ministério do Trabalho. O setor de construção liderou com 13,2 mil vagas, seguido pelo setor têxtil, confecções, couro e calçados, com 9,5 mil. Segundo Mario Cezar de Aguiar, presidente da FIESC, o aumento do consumo das famílias e o crescimento das exportações impulsionaram a contratação no estado. Setores como madeira e móveis, automotivo e de produtos químicos e plásticos se destacaram, especialmente pela demanda externa e o aquecimento da construção civil. No total, Santa Catarina gerou 129,5 mil empregos de janeiro a setembro, com o setor de serviços na liderança (59,5 mil), seguido pela indústria (54,5 mil) e comércio (12,2 mil), enquanto a agropecuária teve saldo negativo de 388 postos.

 

A taxa de desemprego no Brasil cai para 6,4% segundo o IBGE, esse é o menor nível para o período na série histórica da Pnad Contínua em 12 anos. No mesmo trimestre do ano passado, o índice era de 7,7%, com destaque para um avanço robusto no mercado de trabalho. A taxa atual se aproxima do menor patamar já registrado, de 6,3%, observado entre outubro e dezembro de 2013 e reflete a recuperação na ocupação de pessoas com 14 anos ou mais. A taxa de desemprego no Brasil reflete distintas fases econômicas e contextos políticos ao longo das últimas administrações (veja a taxa de desemprego no gráfico anexo). Durante o governo de Dilma Rousseff (2011-2016), o desemprego começou em níveis historicamente baixos, por volta de 6%, mas aumentou drasticamente a partir de 2014, quando a crise econômica nacional elevou o índice a mais de 11% em 2016. Michel Temer (2016-2018), ao assumir em meio à recessão, herdou o desemprego elevado e implementou reformas para estabilizar a economia, mantendo a taxa em torno de 12%. Já no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), o desemprego iniciou em 12%, mas a pandemia de COVID-19 causou um aumento e o índice alcançou 14% em 2021. Somente no final de 2022 a economia começou a se recuperar, reduzindo o desemprego para cerca de 9%. Sob a atual gestão de Lula (2023-presente), a economia continua a se fortalecer e o desemprego caiu para 6,4% impulsionado pela alta ocupação de mão de obra e pela retomada econômica.

 

 

A saúde financeira dos brasileiros apresentou melhora em 2024, conforme revelou a quarta edição do Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), elaborado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com cooperação técnica do Banco Central. A média geral subiu para 56,7 pontos, atrás apenas do recorde de 57,2 em 2020. A pesquisa, que ouviu 5.000 pessoas entre maio e julho, destacou uma redução no estresse financeiro, com mais brasileiros ingressando nas faixas de maior bem-estar econômico (+1 ponto percentual) e menos reportando dificuldades para pagar contas (-2,2 pontos percentuais). Além disso, 58,6% afirmaram que sobra dinheiro com alguma frequência, um aumento de 1,3 ponto percentual em relação a 2023 o que reflete menor pressão sobre o orçamento.

 

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo

Setor imobiliário e infraestrutura impulsionam crescimento de 3,5% na construção civil. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou para cima sua previsão de crescimento para a construção civil, com elevação para 3,5% em 2024. O mercado de trabalho aquecido e o aumento nas vendas de imóveis, que cresceram 15,24% no primeiro semestre, explicam o resultado. Inicialmente, a projeção era de 1,3%, ajustada para 2,3% em abril e para 3% em julho. Contudo, a perspectiva para 2025 é cautelosa devido ao aumento da taxa de juros, redução de recursos para financiamento imobiliário e dificuldades de contratação de trabalhadores. A recente decisão da Caixa Econômica Federal de exigir uma entrada maior nos financiamentos, motivada pela evasão de recursos da poupança, e o redirecionamento de verbas do FGTS para outros fins, reforçam as incertezas no setor para o próximo ano.

 

Foto: Fernando Haddad, Ministro da Fazenda / Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Equilíbrio Fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conseguiu um importante avanço ao conquistar apoio para seu plano de austeridade, que visa tranquilizar investidores e garantir estabilidade fiscal no Brasil. No entanto, a contenção de gastos precisa ser cuidadosamente equilibrada para não prejudicar o crescimento econômico, recém-impulsionado pelos investimentos governamentais. Em linha com a teoria de John Maynard Keynes, esses investimentos funcionam como o famoso exemplo das “garrafas enterradas” para gerar emprego e movimentar a atividade econômica. No Brasil, os gastos públicos têm desempenhado esse papel de forma mais inteligente, pois beneficiam a população de baixa renda e mantêm a economia em movimento, o que requer cautela para que cortes orçamentários não interrompam o crescimento.

 

 

Foto: O Sicoob, instituição financeira cooperativa, atingiu a nota máxima “Triple A” (AAA) pela Fitch Ratings / Crédito: divulgação.

Liderança em solidez financeira e sustentabilidade. O Sicoob, instituição financeira cooperativa, atingiu a nota máxima “Triple A” (AAA) pela Fitch Ratings, uma das principais agências de risco de crédito do mundo. Esse reconhecimento reflete a solidez financeira e a gestão responsável do Sicoob, com estabilidade nos indicadores financeiros e adesão aos mais altos padrões de governança e sustentabilidade. Segundo Rubens Rodrigues Filho, diretor de Riscos e Controles, “essa classificação atesta o alinhamento do Sicoob com os mais altos padrões de governança corporativa, resiliência operacional e solidez patrimonial” e reforça a confiança dos cooperados e do mercado.

 

 

Educação sanitária para milhares de estudantes. A parceria entre a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e o Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa) fortalece o Projeto Sanitarista Junior, criado em 2015 para promover a educação sanitária entre alunos do ensino fundamental nas redes pública e particular. O projeto já beneficiou mais de 15.000 crianças em 250 escolas sobre a defesa agropecuária e segurança alimentar. Com atividades interativas, profissionais da Cidasc abordam temas como bem-estar animal, sanidade vegetal e produção orgânica. A iniciativa valoriza a agricultura familiar e combate o êxodo rural, além de preservar tradições e promover uma alimentação saudável.

 

Tecnologia

Foto: Tecnologia / Crédito: Sigmund na Unsplash

Mapeamento de Talentos. A Acate, em parceria com o Sebrae Startups, lançou mais uma edição do Mapeamento das Demandas por Talentos no Setor de Tecnologia em Santa Catarina. Com foco em identificar as necessidades de contratação e perfis mais requisitados, a pesquisa orientará a formação de novos talentos e fortalecerá o setor. Em 2023, a análise indicou a criação de mais de 34 mil vagas no estado até 2025, com destaque para a Grande Florianópolis, o Vale do Itajaí e o Oeste catarinense. Moacir Marafon, vice-presidente de Talentos da ACATE, destaca a importância do diagnóstico para a continuidade dos programas de formação alinhados com as demandas tecnológicas.

 

 

Fintechs diversificam atuação. O termo “fintech” se popularizou para designar startups que desenvolvem soluções financeiras inovadoras. Recentemente, essas empresas expandiram sua atuação para setores variados, como mercado imobiliário, meios de pagamento e premiações corporativas. Com impacto global superior a US$ 150 bilhões e previsão de receita de até US$ 400 bilhões em 2028, as fintechs atraíram investimentos de venture capital que somam US$ 350 bilhões desde 2015. No Brasil, o setor é um dos mais investidos na América Latina. “As empresas percebem que engajar e recompensar colaboradores e parceiros é essencial para o sucesso”, afirma Daniel Moreira, CEO da Hub4Pay. Com modelos inovadores, essas fintechs impulsionam negócios e modernizam o mercado.

 

Inteligência Artificial via WhatsApp. O Grupo Lumis, referência no mercado imobiliário de Santa Catarina, implementou um agente de Inteligência Artificial (IA) via WhatsApp, disponível 24 horas, para otimizar a eficiência operacional das empresas Lumis Construtora e Costa Sul Urbanismo. Com suporte a cerca de 100 colaboradores, a IA reduz tarefas repetitivas e oferece respostas rápidas e permite que os profissionais se concentrem em atividades estratégicas. “Essa tecnologia nos coloca na vanguarda do setor, promovendo agilidade e eficiência,” destaca Guilherme Trevisan, diretor do grupo. A inovação eleva o padrão de qualidade e agilidade nos projetos, em sintonia com as demandas de um setor em constante transformação.

 

 Emergência Climática

 

Foto: Reprodução/X @damadanoite14

À beira do colapso climático. Estamos à beira do colapso climático: ou os líderes agem agora para fechar a lacuna de emissões ou enfrentaremos um desastre global, que afetará principalmente os mais pobres e vulneráveis. Esta foi a mensagem incisiva de António Guterres, secretário-geral da ONU, ao lançar o relatório da Lacuna de Emissões 2024. Com emissões recordes de gases de efeito estufa, o planeta vê temperaturas marítimas elevadas que alimentam furacões, calor extremo que transforma florestas em pólvora e chuvas torrenciais que causam inundações históricas. Os países do G20, responsáveis por 80% das emissões, têm o dever de liderar essa luta. A COP29 em Baku será um teste decisivo para compromissos reais.

 

OP16: Momento crítico para a biodiversidade. A COP16 marca um momento crítico para a biodiversidade global, com a maioria dos países despreparados. Dois anos após os compromissos assumidos com o Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, apenas 35 das 196 nações apresentaram seu Plano de Ação para a Biodiversidade (NBSAP), essencial para orientar as ações até 2030. Esse descaso é alarmante, pois restam apenas seis anos para implementar metas urgentes. A emergência climática já afeta o Brasil, e desastres naturais tornam-se cada vez mais frequentes. A mensagem é clara – o compromisso não pode mais ser adiado; o futuro da biodiversidade depende de ações imediatas.

 

Postura firme do Brasil na COP16. Na COP16, o Brasil adotou uma postura firme em defesa dos povos tradicionais e da biodiversidade, representado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Em seu discurso, Marina destacou a importância de remunerar povos indígenas e comunidades tradicionais por seu papel na proteção dos ecossistemas e insiste em uma participação justa na repartição de benefícios do uso do patrimônio genético. O Brasil reafirmou seu compromisso com o Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal e com iniciativas como o Mecanismo Florestas Tropicais para Sempre e o Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa. Frente à crise climática, o país defende ações conjuntas para enfrentar a devastação ambiental global.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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