A ida da Assembleia Legislativa para a cidade de Chapecó para a última edição de 2024 do “Programa Alesc Itinerante” não só aproximou os parlamentares dos catarinenses do Oeste, mas também aproximou os três deputados estaduais do PP com o deputado Júlio Garcia (PSD).
Júlio Garcia tinha dito em junho deste numa entrevista para a Rádio Som Maior, de Criciúma, que em 2026 não irá concorrer a uma cadeira na Alesc, mas com as movimentações de bastidores, ele confirma que será sim candidato à presidência da Alesc em 2025.
Ele vai tentar buscar a quarta presidência do legislativo (foi presidente em 2005, 2007 e 2019) e, diante desse fato, os quatro parlamentares do Progressista anunciaram o apoio a candidatura dele.
Mesmo o PP estando no Governo de Jorginho Mello (PL), Zé Milton Schaeffer, Altair Silva e Pepê Collaço anunciaram, em Chapecó, que vão votar em Júlio Garcia.
O fato curioso é que em 2023 Júlio Garcia foi o articulador da vitória do deputado Mauro de Nadal justamente contra o progressista Zé Milton Scheffer, que naquela eleição teve o apoio da bancada de 11 deputados do PL.
Júlio Garcia articulou e conseguiu unir em favor de Nadal todas as outras legendas com cadeira na casa, garantindo uma vitória fácil que obrigou a bancada do PL e Jorginho Mello a negociar a distribuição de cargos na Mesa Diretora.
NOVA ARTICULAÇÃO
Júlio Garcia, que já foi Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) nomeado pelo Governador Luiz Henrique da Silveira (MDB), é reconhecido como um líder estadual influente, respeitado e com trabalho destacado nas causas sociais.
Ele já trabalha nos bastidores para se eleger presidente da Alesc. Júlio Garcia tem um acordo com Mauro de Nadal para que o MDB também o apoie em 2025, mas o MDB fechou uma parceria com Jorginho Mello para entrar no Governo do Estado e apoiá-lo na sua reeleição, em 2026.
Ainda não se sabe se a eleição na Alesc entrou nesse acordo, mas caso o MDB apoie um candidato lançado pela bancada do PL, eles já teriam um total de 19 votos (12 do PL, 6 do MDB e 1 do Republicanos).
O novo presidente será escolhido com maioria simples, caso não haja um acordo até lá. Então, com o apoio do PP, teoricamente Júlio só teria 6 votos (3 do PSD e 3 do PP). Mas, segundo fontes da Alesc, o deputado do sul já teria também o apoio do Podemos, União Brasil e PSDB.
Com isso, ele teria garantido 14 deputados estaduais e precisaria que os partidos de esquerda (PT, Psol e PDT) e mais o partido Novo também o apoiassem em 2025 para vencer com 21 votos.
O Governo do Estado não quer perder de novo a disputa dentro da Alesc, até porque Júlio Garcia é do mesmo partido do prefeito João Rodrigues, que quer de candidatar a governador, e teria nas suas mãos um poder que pode frear muitas ações da administração de Jorginho.
