Deputados e jornalistas em dias de fúria

Diz a letra de várias canções “quem viver, verá”, mas não se imaginava que isso fosse confirmado na cena política e do jornalismo em Santa Catarina. Foram tantas surpresas negativas nos últimos meses, em plena pandemia, que agora podemos passar nosso testemunho para as próximas gerações “meninos, eu vi” (com a devida licença do poeta Gonçalves Dias).
E o que vimos?
Alguns jornalistas pedindo abertamente a cabeça de Moisés, reforçando a tese de alguns deputados que ele “mentia” e contando as horas para a Polícia Federal vasculhar a Casa da Agronômica. Era tanta a convicção de culpa que passaram a ser suspeitas a suavidade das opiniões mais recentes, na evidência que o Governador retornaria ao cargo. “Por que mudou?”, perguntam os torcedores de futebol em situações semelhantes.
A bem da verdade, um ou outro se manteve fiel, parecendo receber com enorme desconforto o resultado Tribunal de Impeachment. Nesse caso, deve ter algo mais em jogo.
Blogs de Sul a Oeste se comportaram da mesma forma. É só ver quem ainda os patrocina.
Mudança
Alguns colunistas mudaram de opinião porque se deram conta da interpretação equivocada lá no início do processo. De fato, quando se é mais novo no meio, e se enfrenta uma cobertura com tantas variáveis, a tendência é uma espécie de equívoco bem intencionado.
Incontáveis vezes houve suposições sobre placares e posições dos deputados que não se confirmaram. Só dois profissionais mantiveram interpretações corretas dos fatos do início ao fim: Claudio Prisco Paraiso, do SBT e Roberto Azevedo, da Band/Making Of. Isso pode ser verificado facilmente pela consulta aos seus textos na internet.
ALESC
E o que mais vimos?
O espetáculo lamentável patrocinado pela Alesc, cujos deputados pensavam que poderiam assumir um “governo do legislativo”. Espetáculo que o deputado Kennedy Nunes quis levar mais adiantel, quando ontem tentou -sem sucesso – protelar a decisão do Tribunal Especial de Impeachment.
A Alesc, no entanto, pode trabalhar facilmente essa imagem negativa que deixou para comunidade. É só pensar nos próximos atos e trabalhar para o bem do Estado e menos em interesses pessoais.
Os jornalistas que se perderam durante o processo podem também se recuperar, basta que sejam coerentes com as regras da profissão, porque o público percebe tudo e nada pode enganar por muito tempo.
Jefferson
O jornalista Jefferson Douglas da Silva recebe a importante e difícil missão de chefia a Comunicação do Governo. Experiente na profissão, ele percorreu os caminhos do bom Jornalismo passando pela RBS TV Chapecó, Blumenau e Florianópolis.
A Making Of deseja sucesso a Jefferson, e lamenta bastante tê-lo perdido como colunista colaborador, por enquanto.