Janelas CASACOR - descendo e subindo a Serra

O arquiteto Michael Zanghelini estampa suas ideias, projeções e inspirações sobre o morar, principalmente em tempos de pandemia, no projeto Janelas CASACOR / Santa Catarina, em cartaz virtualmente pelo site janelascasacor.com ou até 8 de dezembro no Continente Shopping.
Nascido em Lages, na região serrana do Estado, e único expositor da Grande Floripa, Michael criou um cubo revestido de madeira, chamado Casa Freijó, como uma representatividade de um espaço para desacelerar.
E recheou de memórias afetivas e muita arte, principalmente de mulheres catarinenses - por lá repousam obras do quilate de Eli Heil e Vera Sabino, assim como Jana Garcia e Patricia Vieira.
Atento aos detalhes de conforto trazido pelos revestimentos, o arquiteto, hoje com atuação não só em sua terra natal, mas em Floripa, Balneário Camboriú e Itapema, fala nesta entrevista sobre o projeto atual, o impacto da CASACOR em sua carreira e como será a casa pós-pandemia.
A madeira está muito presente em seu ambiente no Janelas CASACOR, Casa Freijó, como este elemento surgiu e tomou conta do seu processo criativo?
Nada mais original em 2020 do que voltar para casa. A madeira foi o primeiro material do projeto a ser definido por uma série de memórias que remetem diretamente a um lar.
Por ser a forma mais primária de residências, essa sensação é comum a todos que a observarem, é universal por ser acessível.
Como a arquitetura pode ajudar neste processo de desaceleração que tanto precisamos em determinados momentos?
Acho que a arquitetura pode transformar o ritmo e a frequência de qualquer pessoa. As sensações e percepções têm influência direta do uso e aplicação dos materiais através das texturas, do toque, da luz...
Sua Casa Freijó tem alguns nomes reconhecidos da arte catarinense e também objetos de família. Como foram essas escolhas?
Escolhi objetos que de alguma forma contam uma história de atenção com as pessoas, com quem habita o espaço. São obras que representam afeto e carinho, cada uma a sua maneira.
Você tem atuação em cidades distintas, como Lages e Balneário Camboriú, por exemplo. Nos projetos, há diferenças notáveis nas escolhas dos clientes?
A principal diferença que noto atendendo nessas cidades é a percepção de distância.
"Ir ali" tem um significado bem diferente em cada uma dessas cidades. Isso acaba refletindo em muitos aspectos do trabalho e na forma de relação com o cliente.
Qual é o impacto da participação na CASACOR na sua carreira?
A CASACOR é como uma validação do trabalho, uma chancela. Você consegue expor de maneira bem ampla suas linguagens de projeto, suas intenções.
É muito positivo pois um público bem grande acaba tendo acesso a todas essas informações.
Como você visualiza o futuro da nossa casa depois da pandemia?
Casas para morar que refletem a personalidade real do usuário.
Hoje não dá mais para ter uma casa igual da revista, porque agora se está dentro de casa muito mais tempo. E nem sempre a casa da revista atende às necessidades específicas ou os gostos e afinidades do cliente.
Pela janela:
O que você não fica sem: internet
Mania: estar sempre correndo
O que mais admira: comprometimento
O que abomina: preconceito
Um lugar no mundo: minha casa, sexta à noite
Uma saudade: família reunida.
Um Hobby: arte
Uma bebida: vinho branco
Uma comida: lasanha
Palavra: fé
Uma frase: no fim tudo vai dar certo (sempre dá)
Um ídolo: as mulheres da minha família
Melhor viagem: para casa
Na pandemia... eu trabalhei muito
Sonho: equilíbrio, em todos os aspectos!