Uma existência em nome da valorização do jeito de ser dos manezinhos, uma vida interpretando o modo de falar, os costumes e as histórias dos nativos. Dona Bilica, encarnada pela atriz Vanderléia Will, é uma carismática senhora nativa da Ilha de Santa Catarina.
Há 30 anos ela diverte e conscientiza o público com suas performances, com muito senso de comédia, expressões originais das formas de viver e o jeito de falar dos colonizadores açorianos. Sua marca registrada nessas três décadas é a reinvenção na maneira de manter a identidade e o orgulho de ser manezinho, unindo o passado e o presente. Além das expressões regionais, a força de Dona Bilica está na capacidade de despertar sentimentos universais de graça, saudade e nostalgia.
Mas se engana quem pensa que tudo é só graça e humor, ela também é uma crítica ao desenvolvimento descoordenado da Ilha de Santa Catarina, principalmente os problemas ambientais e o esquecimento da cultura deixada pelos antepassados.
E para marcar os 30 anos da personagem, estreia no próximo dia 15 de junho o espetáculo “DONA BILICA – NAQUELE TEMPO”.
A mais famosa manezinha abre as portas de sua casa para contar como era viver na Ilha antes do progresso chegar. Entre rezas e cantorias, ela volta ao tempo dos antigos e relembra a história de sua família, sua infância e juventude, conta causos que ouviu nos engenhos de farinha, histórias de bruxas e assombrações. Sempre com seu humor muito peculiar, Dona Bilica nos lembra de costumes perdidos na memória de uma cidade em constante transformação.
“Sempre gostei da história, do passado, da memória, do antigo. E na arte de interpretar isso me levou a criar uma personagem que é um grito de muitas vontades que tenho desde que comecei a fazer teatro. Com Dona Bilica essas vontades viraram sonhos e os sonhos realidade.
Com ela aprendi e me aprofundei no que melhor sei fazer: provocar o riso no outro. E com ela também descobri que provocar o riso, pura e simplesmente, não tem muita graça. O riso é uma ferramenta, e se você souber usar com louvor, pode chegar a lugares intocados e à reflexão sobre muitas coisas sérias”, conta a atriz Vanderléia Will.
Na direção do espetáculo está o ator e diretor Renato Turnes e de acordo com ele, “Dona Bilica é uma entidade com vida própria que se apodera do corpo de uma atriz fantástica”.
O espetáculo “DONA BILICA – NAQUELE TEMPO” vai receber o público no dia 15 de junho, às 21 horas, no Teatro Ademir Rosa, no Centro Integrado de Cultura, em Florianópolis. Ingressos: pelo link https://site.blueticket.com.br/evento/30109 e na bilheteria do teatro.
Um beijo Dona Bilica, temos muito amor pela senhora, parabéns Wanderléa Will por nos honrar com sua arte.
Atriz, palhaça, comediante e produtora
INSANIDADE, DELÍRIO E BLUES
“A sanidade cansa e no silêncio ouço o delírio”. Foi inspirado nas imagens delirantes da poesia de Cláudio Schuster que o músico Marcoliva fez a canção para Os elefantes tocam blues, que ele também interpreta. O resultado pode ser conferido nas principais plataformas digitais e no YouTube, com um clipe dirigido por Claudia Aguiyrre e colaboração do artista plástico Maurício Muniz. A gravação tem a participação do guitarrista Cris Ferreira, um dos principais nomes do blues no país.
O single é a primeira gravação de oito parcerias entre Schuster e Marcoliva, que estarão no álbum Há um blues no fim do túnel, com lançamento ainda no segundo semestre. Para viabilizar a produção, foi aberta uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Catarse. Entre as recompensas para quem contribuir está o livro inédito beba poesia volume III (Editora Mondrongo), sétima publicação de Schuster.
“Um trecho da letra diz: ‘ela canta/ e é sua carícia lenta/ na imagem do impossível’. Os elefantes tocam blues é a imagem do impossível, a forma que encontrei para transmitir a sensação de ouvir um puta blues e querer que todo mundo estivesse ali naquele momento, para celebrar a vida, os amores e dançar”, diz Schuster.
Marcoliva e Schuster estreitaram o relacionamento artístico durante o projeto PalavrAcanção, um sarau que reuniu música, poesia e artes visuais no bar Qualé Mané, em Florianópolis, em 2019. Esta experiência, por exemplo, resultou no EP Cara a Cara, parceria de Marcoliva com diversos poetas, lançado em 2021. Ao ouvir o resultado, Cláudio Schuster achou que era o momento de realizar o sonho de ver suas poesias virarem música e enviou algumas para o amigo e, agora, parceiro musical. A conexão criativa, contam, foi imediata. O primeiro clipe da dupla, com a música “Os Elefantes Tocam Blues” pode ser visto abaixo.
VAI COMEÇAR A FESTA DA SERRA
(foto referência da festa antes da pandemia)
Na verdade, a Festa Nacional do Pinhão já começou no final de semana passado com a abertura do Recanto do Pinhão, espaço para fazer um esquenta e pegar o ritmo para a festa oficial, que abre na próxima sexta (10 de junho) no Parque Conta Dinheiro, em Lages, e segue até o dia 19 de junho. Um dos eventos mais populares do país, a festa é retomada com força total após o controle da pandemia e traz de volta grandes atrações musicais e aquele cardápio típico e variado da gastronomia regional, claro muita coisa feita com pinhão e suas variações.
Música, dança, comida e o clima frio, uma junção de atrativos para um passeio não só pela festa mas por toda Serra Catarinense, com sua paisagem única, fazendas, sítios, restaurantes, passeios a cavalo, lareira e a bebida que melhor combina com seu paladar.
A programação é bastante variada para agradar a todos os públicos e passa por shows sertanejos, rock, pagode e música eletrônica.
Mais informações no site oficial da festa www.festadopinhao.com – lá a programação completa e como fazer para comprar antecipadamente os ingressos. Recomendável acessar, porque pode ocorrer mudanças na programação ou lotação esgotada para algumas atrações.
A NSC TV transmite no próximo sábado, ao vivo, o Jornal do Almoço especial da festa, com a presença dos seus principais apresentadores, uma forma de mostrar um pouco do evento e sua rica diversidade de atrações, uma boa maneira de empolgar o público para subir a Serra.
E se você pretende ir à festa, vai preparado porque o frio vai chegar com intensidade na região, aliás frio que combina com a Festa do Pinhão.
MULHERES NO SAMBA
A cantora e compositora Paula Mel é a atração de amanhã (09 de junho) no Franz Cabaret, em Florianópolis. Paula Mel vai mostrar um pouco da sua nova fase, depois de um grande mergulho no samba e a versatilidade do gênero, prometendo alegria, balanço e musicalidade.
Paula começou no Rock e num determinado momento sentiu a necessidade de colocar sua voz em canções populares e das raízes brasileiras. Paula já gravou com Jorge Aragão, Grupo Revelação e Maria Rita, trabalhos que fazem parte de um projeto especial, Mulheres no Samba, que marca a sua nova fase de carreira.
No show desta quinta, a partir das 22 horas, Paula Mel vai ter a parceria do músico Ney Conceição e no palco um tributo ao samba e a identidade brasileira.
PARADOR ESTREITO
Florianópolis ganha hoje mais um espaço bacana para quem gosta de gastronomia, música e diversão. E tudo à beira mar do Estreito, no Continente. O Parador Estreito chega com a proposta de fomentar as opções de entretenimento e encontros ao ar livre. “Seja entre amigos ou familiares, o Parador Estreito se propõe a ser uma nova experiência, que vai além da gastronomia em suas três operações: pizza, parrilla e burger. Queremos ser um ambiente seguro, acolhedor e familiar”, explica Flávio Martins, empreendedor que tem histórico de sucesso com operações gastronômicas no Rio Grande do Sul e agora aposta em Floripa. Entre as atrações da culinária estão a parrilla da cozinha uruguaia e argentina e os hambúrgueres artesanais de carnes nobres. O Parador Estreito fica na Rua Abelardo Luz, 386 e funciona de quarta a domingo.
MOSAICO INDÍGENA CATARINENSE
Uma boa oportunidade para conhecer os traços das comunidades indígenas de Santa Catarina e a relevância que elas tem. Projeto Yvyrupá Território, do fotógrafo Radilson Carlos Gomes da Silva, apresenta 120 fotografias na exposição que será aberta na próxima sexta (10/06) no MIS, Museu da Imagem e do Som, que fica no Centro Integrado de Cultura, em Florianópolis. As fotografias, no formato 3×4, foram captadas com uma câmera Lambe-Lambe de 1915. Na exposição também estão dois vídeos mostrando os bastidores e relatos sobre as identidades dos povos indígenas Guarani, Kaingang e laklãnõ-xokleng. O fotógrafo conta que a expressão Yvyrupá ou Yurupá (como se lê) é utilizada pelos Guaranis para designar uma espécie de estrutura que sustenta o mundo terrestre. “Seu significado evoca o modo de ocupação do território pelos Guarani, sempre de maneira livre, respeitosa e harmônica”.
A visitação é gratuita e poderá ser feita de terça-feira a domingo, das 10h às 21h, até o dia 17 de julho.
________________________________
Este foi o giro de hoje. Na próxima semana mais gente e lugares aqui na coluna.
@anselmoprada no Instagram
