Na terça-feira, 18, o governador Jorginho Mello, que também é o presidente estadual do PL, anunciou que o MDB de Santa Catarina iria entrar no seu governo e também o apoiará na sua reeleição de 2026.
Com a parceria, o MDB, que já tinha o deputado estadual Jerry Comper comandando a Secretaria da Infraestrutura, ganhou também a Secretaria de Agricultura e Pecuária, a Secretaria do Meio Ambiente e da Economia Verde e a Fesporte.
Na Agricultura, o deputado federal e presidente estadual do MDB, Carlos Chiodini, recebeu a pasta com porteira aberta e vai indicar os subordinados, como os comandantes da Epagri, Cidasc e Ceasa.
No Meio Ambiente, quem vai assumir a secretaria é o deputado estadual Emerson Stein. Mas o maior problema está mesmo na Fesporte.
Quem ficou de indicar o presidente da Fesporte foi o deputado estadual Fernando Krelling. A escolha dele foi o advogado Vinicius Guilherme Bion, que vai suceder o coronel Freibergue Rubem do Nascimento, que é marido da deputada federal Daniela Reinehr (PL).
A PRIMEIRA REVOLTA
A ala bolsonarista do Partido Liberal se revoltou porque Vinicius Bion é sócio de um outro advogado, Prudente José Mello, que é ligado ao Partido dos Trabalhadores e amigo próximo da ex-senadora Ideli Salvatti e do presidente nacional do Sebrae, Décio Nery de Lima.
Prudente Mello e Vinicius Bion já assinaram um manifesto em defesa do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e assinaram um pedido de investigação contra PMs de Santa Catarina que, segundo eles, teriam participado de manifestações de direita.
Já o advogado Prudente Mello e Ideli Salvatti já pediram a cassação de uma deputada federal do PL por postar uma foto segurando uma arma e usando uma camiseta que mostrava a mão do presidente Lula com buracos de tiros.
Os bolsonaristas catarinenses do PL não entenderam como Jorginho Mello, que é o presidente do partido, permitiu essa nomeação sem averiguar quem seriam os indicados. Eles chamam a administração do governador de “ressuscita defunto”, fazendo referência ao MDB.
A SEGUNDA REVOLTA
Mas não foi só o PL de Santa Catarina que definitivamente rachou. O MDB catarinense parece estar revivendo o mesmo clima quando o partido decidiu apoiar em 2022 o ex-governador Carlos Moisés (Republicanos).
Com a confirmação do Massa Bruta no Governo do Estado, parte dos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores já se colocaram contrários a essa aliança porque terão que apoiar a candidatura de Jorginho Mello e, mais uma vez, o MDB não poderá ter candidato a governador em 2026.
A própria bancada de deputados está dividida. Os deputados federais Valdir Cobalchini e Rafael Pezenti e os deputados estaduais Mauro de Nadal e Tiago Zilli já tinham sido contrários a essa aliança.
Mas agora esse descontentamento parece já ter chegado na base e não se sabe se terá algum efeito imediato dentro do partido. Alguns emedebistas, inclusive, já tinham manifestado apoio ao prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), por entenderem que Jorginho Mello irá apenas se aproveitar da força do MDB no Estado e depois pode descartar os atuais aliados.
Fato é que essa aliança agradou apenas metade de cada partido e agora é esperar para ver se essas ondas são apenas uma tempestade de verão ou se ela se estenderá até a eleição do ano que vem.