
Arthur fez consultas frequentes a assistente virtual Alexa sobre o Papai Noel, e além das informações que todo mundo já sabe, como a moradia fixa dele na Lapônia, obteve outras coisas relevantes. Entre elas a idade do Bom(bem) Velhinho: 16 séculos, o que só aí já explica a barba longa e branca.
O que chamou a atenção, no entanto, foi a informação sobre a rapidez do trenó oficial que supera a velocidade da luz. Papai Noel literalmente passa voando, tão rápido que às vezes não consegue dar a devida atenção a quem lhe espera com ansiedade aqui embaixo.
Deve ser por isso que, no meu período de garoto, ficava esperando uma bicicleta e ela nunca chegava. Aliás, nunca chegou. Foi tão traumática essa história que quando podia comprar a bike não o fiz. E até hoje não tenho bicicleta, nem sei andar.
A velocidade do trenó natalino também lembra a música de João Bosco, as pessoas que sumiram no rabo de um foguete.
Tantas pessoas sumiram tão rápido em 2020, que a dor de uma perda foi imediatamente substituída pela dor de outra perda. Algumas delas, de entes muitos queridos, são tão significativas que embora tenham acontecido anos atrás, a gente fica sentido como se fosse agora. E isso não acaba. Fica escondido em algum canto de nosso cérebro e aparece, como um holograma, nessa época de festas.
Menos mal que a vida se renova. E os espaços vazios são ocupados por novos seres, criados a nossa imagem e semelhança. E sempre com a esperança que eles no futuro consigam ir mais longe do que nós, façam mais coisas boas e sejam mais felizes. E quem sabe consigam um sistema para capturar o trenó do Papai Noel, e ele despeje sobre todos os melhores e mais bonitos presentes, entre os quais os que mais contam para a grande maioria: saúde e paz.