Não poderia começar a coluna de hoje sem comemorar mais um aniversário de Floripa, que chega aos 349 anos deixando para trás dois anos de muita dor, perdas e incertezas. Foram tempos em que o globo sofreu os impactos da pandemia e ninguém saiu ileso ao coronavírus. A população de Floripa também viveu a angústia da morte iminente. Não foi fácil, a batalha teve muitas trincheiras, muita negação, oportunismos e denúncias de corrupção, sem falar do luto, da baixa nos empregos e do abalo nos negócios. Na luta correta contra o vírus houve erros, obviamente, até porque a cada dia era um dia nos avanços das saídas para contornar a pandemia. Os acertos foram bem maiores e Floripa está de parabéns, seus moradores, governos, área da saúde em especial e todos os engajados na luta cumpriram com coragem e êxito as medidas para evitar a expansão da pandemia. E quando a vacina chegou, apesar de ter demorado muito, a cidade foi exemplo no programa de vacinação, alcançando níveis de imunizados em tempo recorde, dando esperança e baixando o número de contaminados e mortes.
Se hoje estamos comemorando o aniversário de Floripa sem a obrigação da máscara, é porque usamos a principal arma disponibilizada para combater o inimigo, a vacina criada pela ciência. A pandemia ainda não acabou, os cuidados precisam estar na consciência de todos. Mas sim, já conseguimos respirar mais profundamente, aliviados, agradecendo pela vida. Podemos hoje fazer a festa para Floripa, nos reunir com segurança, beber um chopp e celebrar o aniversário da nossa cidade com muitos sorrisos.
MERGULHANDO NA VIDA E OBRA DE VAN GOGH
Com a volta das grandes exposições, com acesso para milhares de pessoas, a exposição “Beyond Van Gogh” (“Além de Van Gogh”) é um respiro profundo na arte, até porque o uso de máscara não é obrigatório na área de visitação. A exposição, que acabou de abrir em São Paulo, segue até o dia 03 de julho, no Morumbi Shopping. Se a exposição mostrasse somente os quadros do artista já seria motivo para entrar na fila, mas a experiência é muito maior. Estímulos visuais, auditivos, olfativos, táteis e gustativos são utilizados para uma imersão na vida de Van Gogh. São mais de 300 obras do artista holandês, muitas estrategicamente colocadas em ambientes que permitem que o espectador sinta-se dentro do universo de Vang Gogh, inclusive apreciando suas pinceladas nas obras mais famosas. E aqui, escrevendo sobre a exposição, recordo de uma das tantas definições do artista sobre as cores em suas obras. O laranja, por exemplo, ele define como a cor da insanidade, certamente um diagnóstico da sua linda e torturante loucura e também da insana humanidade.
GUERREIROS DO TEMPO
O lançamento do livro do fotógrafo Ricardo Stuckert chega num momento oportuno em meio a tudo que se discute sobre a proteção da vida indígena no Brasil. Depois de uma viagem a uma aldeia Yanomami, Stuckert deu início a uma longa jornada para as mais diversas regiões do Brasil. Dessa aventura, nasceu o livro “Povos Originários: Guerreiros do Tempo”, que traz histórias e fotos coletadas ao longo de toda a viagem do fotógrafo. Com olhar sensível e habilidade técnica adquirida ao longo dos mais de trinta anos de carreira, o fotógrafo mostra a diversidade e a pluralidade da cultura indígena, além de ressaltar a importância destes povos como guardiões da floresta.
LIGADA NO NOVO
A frente da Autoria Design, a empresária Ana Cláudia Araújo, de Santa Catarina, está atenta às novidades do mercado. Ela esteve na Expo Revestir, maior feira de revestimentos e acabamentos da América Latina, em São Paulo. A empresária do ramo moveleiro ressaltou a importância do evento voltado a revendedores, arquitetos, designers de interiores e todos que fazem parte da cadeia produtiva da construção. “A Expo Revestir se consolidou como referência no segmento de revestimentos e acabamentos, e nós, que atuamos com o ramo de arquitetura, decoração e design precisamos acompanhar as novidades, uma vez que oferecemos projetos arquitetônicos completos e cada detalhe faz a diferença”.
A CURA
O novo espetáculo de Deborah Colker chega a Florianópolis nesta semana, com duas apresentações no Centro Integrado de Cultura, 26 e 27, sábado e domingo, às 21 e 19 horas. O espetáculo A Cura é resultado da luta da bailarina e coreógrafa para dar qualidade de vida ao seu neto, portador de uma doença genética. A coreógrafa concebeu o projeto em 2017, mas foi no ano seguinte, com a morte de Stephen Hawking, que encontrou o conceito. Acometido pela ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), o cientista britânico viveu até os 76 anos e se tornou um dos nomes mais importantes da história da física. Foi aí que Deborah percebeu que há outras formas de cura além das que a medicina possibilita. Previsto para estrear em Londres em 2020, a pandemia não permitiu, mas o tempo foi importante para amadurecer o espetáculo, com transformações e reflexões.
A GRANDE COLHEITA
As condições favoráveis do tempo no segundo semestre do ano passado e início deste, vão permitir que a safra 2022 da Villa Francioni, em São Joaquim, na Serra Catarinense, volte à marca de cinco anos atrás e chegue a 120 mil toneladas de uvas colhidas. A estimativa é do enólogo Nei Raseira, que explica o incremento de 20% em relação às safras dos anos anteriores. “Não houve geada tardia, evento que ocorreu na primavera desde 2018”.
Para marcar a previsão dessa boa colheita, uma série de eventos estão sendo realizados no festival chamado de Vindima, que reúne as vinícolas da região. A última atração para comemorar a Vindima 2022 na Villa Francioni será uma visitação e almoço harmonizados ao som de violino e violão, no dia 27 de março, domingo. Informações em eventos@villafrancioni.com.br.
A MORDAÇA AO NEGROS
Juliana Crispe, manezinha, criada na Prainha, em Florianópolis, além de professora, arte educadora e artista, também é uma das curadoras mais influentes do cenário artístico de Santa Catarina. Doutora e mestre, põe seu saber em favor de projetos descoloniais capazes de desenvolver a cultura do Estado de modo mais igualitário. É ela quem assina neste momento duas curadorias em torno do artista Sérgio Adriano H. Uma delas, “Ser Negro”, está na Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew, em Joinville. Outra em Florianópolis, abre no próximo dia 8, na Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti, onde a exposição “Ressoar” irá propor reflexões sobre as histórias ausentes e amordaçamentos. Reúne peças, palavras e imagens que mostram as barbaridades de um processo discriminatório que se perpetua na sociedade brasileira.
A mostra discute as fronteiras entre a história social ocultada e a história oficial que aparece nos livros.
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Por hoje é isso, vamos aproveitar a nova estação, que chegou certinha com a cara de Outono.
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