Eduardo Freeland deixa o Avaí após dois anos de trabalho com saldo nada animador. Chegou em 2023 com a missão de evitar um rebaixamento e sai em 2025 com apenas um título estadual no currículo e muitas contratações de gosto duvidoso. A gestão do futebol sob seu comando ficou marcada por um elenco caro, mal montado e distante do nível desejado para um clube que sonha em voltar à Série A.

Gasto sem retorno
Com um cofre cheio graças à Liga Forte, Freeland teve margem para investir, mas pecou nas escolhas. O atual elenco avaiano tem deficiências evidentes em vários setores e não figura entre os melhores da Série B. A abundância de dinheiro virou sinônimo de má aplicação e o futebol ficou aquém do esperado.
Fora das Copas

Sob sua gestão, o Avaí amargou dois anos seguidos fora da Copa do Brasil, uma ausência que pesa no calendário e no caixa. Em 2024, ficou na semifinal do Catarinense: caiu para o Brusque e deu adeus precoce ao Estadual. A conquista de 2025, com Enderson Moreira, aliviou o cenário, mas não apagou o histórico de decepções. O clube vai disputar a Copa do Brasil em 2026 graças à conquista do Estadual deste ano.
Base à parte
A única taça de expressão nacional no período foi na base, com o título da Série B Sub-20. Mas o mérito é mais dos profissionais que já estavam no clube e dos atletas formados em casa, do que de qualquer ação direta de Freeland. Foi o trabalho silencioso da base que entregou resultados, não a gestão do futebol principal.
Desagrado formal

Ao final de 2024, o Conselho Deliberativo aprovou moção de desagrado ao trabalho de Freeland, um recado claro. Mesmo assim, o presidente Júlio Heerdt bancou sua permanência. Agora, a saída ocorre sem lamentos do torcedor e com sensação de alívio nos bastidores. A passagem de Freeland não deixará saudades na Ressacada.
Novo desafio, velha aposta
Freeland já havia sido sondado pelo Vasco e agora aceitou o convite do Athletico Paranaense. Petraglia aposta que ele pode repetir o que fez no Botafogo ou no Bahia, reformulando o elenco e buscando o acesso. A ver. No Avaí, encontrou campo fértil para gastar e pouco entregou.
Troca caseira

O Avaí, por sua vez, optou corretamente por uma solução interna: Roberto Braga, até então head das categorias de base, assume como executivo de futebol. Jovem e promissor, Braga tem aprovação no trabalho com a formação. Agora terá a chance de mostrar serviço no profissional, em meio a um cenário de crise orçamentária e desconfiança.