O principal noticiário da Globo e da TV brasileira está em crise com o pior quadrimestre de audiência da sua história no Painel Nacional da Televisão, que mede as principais cidades, segundo o UOL. Mesmo beneficiado pela companhia das novelas com bom resultado, o que estaria acontecendo?
A primeira conclusão é que a apresentação apresenta sinais de cansaço. William Bonner, que também o editor-chefe, tem se ausentado com frequência e pediu para não mediar debates eleitorais por causa do patrulhamento do qual é vítima, nas ruas e nas redes sociais. Semana passada ele foi receber prêmio nos Estados Unidos pela contribuição do Jornalismo, dado pela Voice Foundation. Mas, aqui, ele se isola em casa às vezes para fugir da pressão. A expressão dele no ar é de enfado.
Outra hipótese, já muitas vezes falada, é a fórmula do noticioso. Há muitos exemplos na TV fechada e nas outras emissoras abertas de como apresentar de forma mais descontraída, com os âncoras de pé, mais interativos. O JN é fechado e carrancudo.
Dois outros motivos: com raras exceções, as notícias são repetições do que o pessoal já leu durante o dia na internet. Ou seja, não são novas. E por último, a abertura constante com tragédias exploradas à exaustão, com várias matérias, em um momento em que o telespectador está cansado disso, do custo de vida caro e das dificuldades gerais do dia a dia. Sentar à frente do aparelho para ouvir mais coisas ruins é quase masoquismo.
Diante disso, o JN tem um grande desafio de mudar, o que geralmente provoca insegurança e possíveis dissabores até acertar o ponto. Terá a equipe coragem para isso? E Bonner consegue se remotivar?
Debate Diário só mudou o horário
O debate esportivo da CBN Diário, antes carro-chefe da audiência, voltou ao horário original das 13h, mas não evoluiu.
Continua precisando de uma pauta mais organizada (no momento cada participante levanta um assunto aleatório), discussões mais aprofundadas (ficam um tempão falando de temas esparsos) ou fazendo interpretações na linguagem dos técnicos, que só se usa aqui – ultimo terço, marcação alta, intensidade.
Rodrigo Faraco e Chico Lins têm bons conteúdos e conhecimento, e salvam o programa em vários momentos, mas em outros se deixam levar pelo lugar comum.
Bota impacto nisso
Primeiro Impacto não faz parte da minha agenda diária, por isso as imagens a seguir foram enviadas por um colaborador.
É só olhar e nem precisa de texto a respeito.
CNN
A crise baixou na CNN Brasil. As mudanças que a nova direção realizou em abril derrubaram a audiência e em maio ela ficou atrás da GloboNews e da Jovem Pan, com apenas 0,9 ponto.
A emissora mexeu em todos os programas, mudou os apresentadores de horário e aumentou a duração do Live CNN e CNN 360 graus. O resultado foi o pior possível, já que derrubou a audiência daqueles que tinham bons resultados.
A emissora também enfrenta certo descontentamento da equipe, devido a demissões mal encaminhadas e pedidos de desligamento. A equipe de Brasília é, no momento, a mais impactada.
É esperada para breve uma atitude da nova direção, talvez quem sabe até a troca de comando novamente.
Política
Para quem entende um pouco do meio, chega ser divertido ouvir as mais variadas opiniões sobre políticas e políticos. Há mensagens claras e outras subliminares. Uma das mais claras é usar a Paraná Pesquisas para tentar neutralizar os institutos mais conceituados do país. Só que não cola.
No regional, há defesa intransigente de Antídio Lunelli, cotado para pré-candidato ao governo (e agora talvez senado) e críticas quase diárias a Carlos Moisés. Também há frequentes divulgações do jogo de bastidor da família Amin, lutando para não perder a reserva de mercado.
Só falta combinar com quem vota, que geralmente não embarca nessas conversas, pois, como sempre, há uma eleição que parte da mídia comenta e a outra real na urna.