No café da manhã de quarta-feira, 30, na Casa D´Agronômica, o governador Jorginho Mello (PL) fechou um acordo com o MDB de Santa Catarina para que apoiem seu governo dentro da Assembleia e façam parte da sua coligação na reeleição de 2026.
O MDB saiu da casa do governador com três secretarias na sacola, muito provavelmente com a presidência da Alesc a partir de 2025 e até com a possibilidade da vaga de vice na reeleição de Jorginho.
Jerry Comper ganhou mais espaço na secretaria de Infraestrutura, vão ficar com a secretaria de Agricultura e Carlos Chiodini, presidente do MDB catarinense, deve ter muito prestígio no Governo do Estado numa outra secretaria a ser anunciada.
Mas esse namoro já vinha incomodando muitos políticos dentro do Partido Liberal e agora com a confirmação da aliança, a ala bolsonarista do partido do governador se indignou ainda mais.
Uma das justificativas é que o MDB é um aliado do PT de Lula no cenário nacional e não teria cabimento o PL de Santa Catarina fechar uma parceria com eles.
Mas a verdadeira razão para todo esse barulho é que, com a parceria entre PL e MDB, Carlos Chiodini será um novo secretário de Estado e deixará com que Luiz Fernando Vampiro se transforme num deputado federal de fato, podendo ir buscar a mesma vaga em 2026.
Um dos que já manifestaram contrariedade é o deputado estadual Sargento Lima, que não concorda com a aliança, pois o PL pode perder espaço no parlamento catarinense, mesmo tendo a maior bancada.
Mas a gritaria maior vem mesmo do sul do Estado, onde o PL tem três deputados federais e um estadual. Se Vampiro, que também é da região de Criciúma, se consolidar como deputado, a região poderá ter 2026, pelo menos, seis candidatos fortes para a disputa para a Câmara Federal.
Teria na disputa os deputados Daniel Freitas (PL), Ricardo Guidi (PL), Júlia Zanatta (PL), Luiz Fernando Vampiro (MDB), o prefeito Clésio Salvaro (PSD) e o atual deputado estadual Júlio Garcia (PSD), que já disse que quer disputar uma vaga em Brasília.
As manifestações contrárias as ações de Jorginho Mello já vêm desde antes das eleições municipais de 2024, quando o governador filiou nomes desvinculados das pautas bolsonaristas. Uma das figuras mais criticadas pelos liberais bolsonaristas foi a ex-prefeita Adeliana Dal Pont, que acabou perdendo a prefeitura de São José para o prefeito Orvino de Ávila (PSD).
Agora é ver onde tudo isso vai dar, pois as próximas manifestações devem vir mesmo de dentro da Alesc quando Jorginho pedir para que aprovem a lei que permita que Mauro de Nadal (MDB) concorra novamente a presidência do legislativo catarinense em 2025.