O Governo do Estado oficializou nesta semana o Tratado da Inovação Catarinense, um marco para fomentar a inovação em todos os 295 municípios. Assinado pelo governador Jorginho Mello, o documento estabelece uma estratégia conjunta entre Estado e prefeituras para modernizar legislações locais, atrair investimentos e transformar Santa Catarina na primeira unidade da federação com 100% dos municípios alinhados a diretrizes de incentivo à inovação. A iniciativa, promovida pelo programa SC Mais Inovação, contou com a participação de prefeitos, empresários, universidades e lideranças do setor, que reforçaram a importância da tecnologia para o desenvolvimento sustentável.
Uma cidade inteligente e orientada para o futuro deve priorizar a segurança das pessoas e mitigar os impactos da crise climática. Isso requer um planejamento urbano preventivo e, sobretudo, a revisão dos Planos Diretores e das diretrizes para o uso do solo, considerando as características naturais e o fluxo das águas. No entanto, esse aspecto tem sido negligenciado em cidades como Florianópolis, onde o Plano Diretor privilegia a verticalização, enquanto as obras de mobilidade enfrentam dificuldades devido à falta de recursos e ao alto endividamento da prefeitura. Além disso, é fundamental investir em tecnologia para aprimorar a mobilidade urbana, como a adoção de semáforos inteligentes. Substituir equipamentos antigos por versões sem inovação tecnológica contradiz o próprio conceito de cidades inteligentes.
Entre os anúncios do evento, destacam-se o lançamento da plataforma iCatarina, do Guia Interativo dos Municípios Catarinenses, do programa Pronampe Inovação e de uma parceria estratégica entre o BRDE e o SC Mais Inovação para financiar projetos inovadores. A assinatura coletiva do tratado pelos prefeitos catarinenses simbolizou o compromisso de fortalecer a economia digital e transformar Santa Catarina em uma referência nacional em cidades inteligentes e tecnologia, promovendo um crescimento urbano baseado em inovação, sustentabilidade e planejamento eficiente. No entanto, para que essa transformação seja de fato eficaz, é essencial que as iniciativas sejam implementadas com inteligência e coerência, evitando contradições como a substituição de semáforos antigos por equipamentos sem tecnologia avançada, o que vai na contramão do conceito de cidades inteligentes.
