
Não basta a palavra empenhada do presidente nacional do PL, o ex-deputado Valdemar da Costa Neto (aquele condenado por corrupção no Mensalão do PT), de que o presidente Jair Bolsonaro irá honrar os “99%” de possibilidade de filiação na sigla para concorrer à reeleição, declarados a simpatizantes e à CNN Brasil, um presente e tanto para o projeto político do senador Jorginho Mello, pré-candidato ao governo e presidente do partido no Estado.
A própria postura cautelosa de Jorginho, quieto desde o pré-anúncio, feito na segunda (8), é plenamente justificável, visto que, na última vez em que sugeriu a ida para uma nova sigla, inclusive com data marcada, Bolsonaro deixou o PP e ver navios.
Sem partido há quase dois anos, que serão completados no próximo dia 19, o presidente que já mudou de ideia antes, não conseguiu criar o Aliança Pelo Brasil e até acenou ir para o Patriota, quer costurar uma aliança com PL, PP e Republicanos, estrutura que mexe com a eleição em Santa Catarina, restando saber se isso terá Jorginho como beneficiário.
Bolsonaristas
Jorginho tem uma folha corrida de serviços prestados a Bolsonaro, alguns com potencial para queimar o filme, como a inglória participação na CPI da Pandemia, e seria mais do que justo, se é que isso conta em política, que o catarinense capitalizasse o apoio do presidente, repetido muitas vezes em público.
O jogo, no entanto, não é só para o senador do PL, fiel escudeiro, já que o senador Esperidião Amin (PP), amigo de Bolsonaro, e o prefeito Antídio Lunelli, de Jaraguá do Sul, pré-candidato no conturbado MDB, ativista da causa bolsonarista nas redes sociais, também disputam um naco deste prestígio em terras catarinenses.
No jargão militar, Jorginho, Amin e Lunelli desrespeitam a elementar estratégia de guerra, já que dividir para vencer serve para desaglutinar os adversários, não os aliados, que devem permanecer unidos e fortes.
Bom para ele
Carlos Moisés resolve um problema e tanto na sua falta de definição: não deve ir para o PP ou para o Republicanos, que estarão fechados com Bolsonaro.
O Podemos tem veto à filiação e pouca estrutura no Estado, embora haja quem sustente que com a chegada do ex-juiz e ministro Sérgio Moro, com quem o governador sempre teve boa relação, haveria um pedido para filiar Moisés, algo que não passa no crivo de Paulo Bornhausen e seu grupo.
Variáveis
A saber como o PP, que deve indicar o vice de Bolsonaro irá reagir em Santa Catarina, desde que o prefeito Joares Ponticelli, de Tubarão, voltou a dizer que pretende concorrer ao governo e Amin ganhou força nos últimos dias.
Em outra ponta, como se comportará o Republicanos, do vice-prefeito Topázio Silveira, de Florianópolis, que terá que se posicionar a favor de Jorginho ou pela manutenção do apoio a Gean Loureiro (União Brasil), que precisa cuidar da saúde.
Gean tem dito que o novo partido em formação, surgido da união de DEM e PSL, pretende ter candidato à Presidência, mas nem o prefeito da Capital consegue descartar de todo uma aliança com Bolsonaro.
Na ativa
O prefeito Gean Loureiro já retornou ao ritmo de trabalho, e quem o conhece sabe que é acelerado, e já participou de eventos na Câmara na manhã desta terça (9), inclusive com a sanção da Lei que atualiza as normas para a instalação da tecnologia 5G em Florianópolis.
Na segunda, depois de retornar de férias, em Dubai, Gean foi internado no S.O.S Cárdio e os médicos investigam o motivo de retorno de soluços, problema que já havia sido identificado quando de uma cirurgia cardíaca a que o prefeito se submeteu há alguns meses.
Adivinha
O deputado Ivan Naatz (PL), direto de Glasgow, na Escócia, foi o primeiro a relatar a ida de Bolsonaro para o partido de qual faz parte.
Naatz, que ganhou louros por ser o primeiro a informar, embora a notícia já estivesse nos sites e portais de notícias, foi mais longe e deu até a data do ato de filiação, dando como fonte a executiva nacional.
Ficou a impressão que foi escalado para dar a notícia, antes que se confirme.
REPRODUÇÃO INTERNET
CONVERSA REPUBLICANA!
O governador Carlos Moisés e o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) conversaram sobre sustentabilidade e Fundo Verde, durante a COP26, na Escócia, segundo publicou o competente colega Robson Bonin, da revista Veja. Pacheco é pré-candidato à Presidência naquela cota da terceira via, que tem mais pretendentes do que viabilidade até agora. Um assunto que só interessa a Moisés se evoluir a ideia de recriação da tríplice aliança, com PSD, MDB e PSDB. Mas antes o governador precisa decidir onde se filiar, processo que foi acelerado agora pela quase decisão definitiva de Bolsonaro, que antecipa o palanque mais uma vez.
DIVULGAÇÃO E REPRODUÇÃO INSTAGRAM
DEU CHABÚ NO ORIENTE MÉDIO
A vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido) não ficou nada satisfeita com a agenda que o ministro Gilson Machado (Turismo) e o prefeito Fabrício Oliveira (Podemos) tiveram com o CEO do Grupo Emirates, o sheik Ahmed bin Saeed Al Maktoum, que é membro da família real dos Emirados Árabes Unidos, registrado nesta foto à esquerda. Nada contra Machado ou Fabrício, porém Ahmed não a atendeu e a nova agenda, em Dubai, onde ela faz parte da comitiva do governo brasileiro, está cada vez mais difícil. Se verificado o compromisso, ministro e prefeito estiveram com o influente emiradense no dia 3 deste mês, antes de Daniela embarcar (na foto, à direita, já nos Emirados). Nada que se transforme em um incidente diplomático.