Numa conversa com jornalistas na manhã desta terça-feira, 18, na Casa D´Agronômica, em Florianópolis, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), disse que o MDB vai entrar no seu governo a partir do dia 5 de março e vai também apoiar a sua reeleição em 2026.
O MDB vai ganhar a Secretaria de Agricultura, onde o presidente estadual do partido, deputado federal Carlos Chiodini, será o secretário podendo nomear seus subordinados, e vai ganhar também a Secretaria do Meio Ambiente e da Economia Verde, que terá no comando o deputado estadual Emerson Stein.
Além destas duas secretarias, o também deputado estadual Fernando Krelling vai indicar o novo presidente da Fesporte, que vai assumir a vaga que hoje é do marido da deputada federal Daniela Reinehr, Coronel Freibergue Rubem do Nascimento.
Tudo ficou acertado na tarde de segunda-feira, 17, quando o presidente estadual do MDB, Carlos Chiodini, se reuniu com o governador Jorginho Mello para acertar os últimos detalhes dessa parceria.
O que chama a atenção é que Chiodini disse que faria mais um encontro com os parlamentares do partido para que todos votassem sobre o assunto. Na votação de janeiro deste ano os deputados estaduais Fernando Krelling, Emerson Stein, Volnei Weber e Jerry Comper queriam que o MDB se aliasse com Jorginho Mello.
Já os deputados federais Valdir Cobalchini e Rafael Pezenti e os estaduais Mauro de Nadal e Tiago Zilli não queriam que o MDB tomasse essa decisão agora e foram contra o partido assumir outros cargos no Governo e principalmente confirmar o apoio à reeleição de Jorginho.
Ficaram de serem ouvidos também o deputado estadual Antídio Lunelli e a senadora Ivete Appel da Silveira, que não votaram em janeiro por estarem em viagem. Mas é provável que eles tenham sido ouvidos e dado o sim para Carlos Chiodini.
Chiodini tem ainda algumas pendências em Brasília, pois é o atual 3º vice-presidente nacional do MDB e tinha a chance de assumir a liderança do partido na Câmara dos Deputados no lugar do deputado Isnaldo Bulhões, de Alagoas, que está cotado para ficar com a articulação do Governo Lula no Congresso.
Só que ele deve ter aceitado o convite de Jorginho Mello por conta de algo óbvio, que é não querer ter a sua imagem ligada ao Governo Lula e a esquerda nacional, já que Santa Catarina tem um eleitorado majoritariamente de direita e ele está de olho também na sua reeleição.
O MDB nacional tenta barganhar com Lula mais espaço no seu governo, mas em troca vai ter que apoiar o petista em 2026, o que Carlos Chiodini não vê com bons olhos.
FATO NOVO
Outro fato que tem que ser conversado dentro do MDB é o convite feito pelo deputado federal e presidente estadual do União Brasil, Fábio Schiochet, para que Antídio Lunelli seja o candidato a governador do seu partido.
Lunelli nunca escondeu que deseja o executivo estadual e essa pode ser uma possibilidade, mas teria que assumir uma postura de oposição ao governo de Jorginho Mello principalmente agora que o MDB entra no Governo do Estado.
Isso pode lhe custar muitos apoios, já que a sua base é emedebista, mas nesse momento Antídio usa o convite para buscar os holofotes na mídia e também tentar aumentar o seu espaço dentro do MDB, já que deseja a presidência estadual do partido para que seu nome seja indicado como vice de Jorginho Mello. Se nada disso ocorrer, ele não descarta a mudança de legenda.
Enfim, teoricamente Jorginho conseguiu mais 70 prefeituras para apoiá-lo e juntando com as 90 do PL, ele teria mais da metade dos 295 municípios de Santa Catarina o ajudando a continuar na Casa D´Agronômica a partir de 2027.
A dúvida agora é saber se o partido não vai rachar novamente como aconteceu com a aliança feita em 2022 com o ex-governador Carlos Moisés (Republicanos), pois mais uma vez o MDB deixará de ter candidato a governador para apoiar um projeto de outro partido.