
O desembargador Ricardo Roesler confirmou, nesta quinta (22), duas decisões antecipadas pela coluna: a rejeição de produção de novas provas, tanto pelos denunciantes, que queriam a ouvida de testemunhas, quanto da defesa do governador Carlos Moisés da Silva, ora fastado; e marcou a data do julgamento do processo de impeachment para o dia 7 de maio.
O presidente do Tribunal Especial de Julgamento entendeu, em síntese, que já há robustas provas nos autos e que as solicitações dos denunciantes se apoiavam em estratégias para protelar a análise final do impeachment, algo que a sociedade não tolerará, e as da defesa não acrescentariam na análise do mérito para estabelecer se houve ou não crime de responsabilidade na compra de 200 respiradores com pagamento antecipado de R$ 33 milhões pelo governo do Estado, sem a garantia de entrega.
Antes de divulgada a decisão no Diário Oficial da Assembleia desta quinta (22), o magistrado já havia negado um pedido do deputado Laércio Schuster (PSB), integrante do tribunal especial, que pretendia ouvir Carlos Moisés a pretexto de fundamentar melhor o seu entendimento dos fatos.
Na verdade, Schuster queria mesmo era buscar o constrangimento de Moisés, criar um fato novo ao processo, para colher os frutos de uma eventual derrapada do governador ora afastado, mas Roesler desconheceu em função do pedido ter extrapolado o prazo para a apresentação da solicitação.
Sem apelo
Não há mais como protelar o julgamento do impeachment, principalmente pela utilização política-eleitoral que ganhou o fato nos bastidores.
A demora se tornaria injustificável e também passaria pela avaliação de que Moisés, legitimado pelas urnas, foi alvo de ações de grupos políticos rancorosos por perder o espaço no poder para alguém neófito na política, sem o jogo natural de cintura, um perigo para os chamados políticos tradicionais.
A defesa se manifesta
O advogado Marcos Fey Probst, da defesa de Carlos Moisés, publicou uma nota sobre a decisão de Ricardo Roesler. Leia na íntegra:
“A defesa do Governador Carlos Moisés da Silva enaltece a agilidade e temperança na condução do processo de impeachment, com julgamento final marcado para o dia 7 de maio. Renova-se a confiança na serenidade dos integrantes do Tribunal Especial de Julgamento, que bem saberão avaliar o conjunto probatório constante dos autos.”