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LAR ‘DOCE’ LAR

LAR 'DOCE' LAR
Michael Douglas e Kathleen Turner

Dando um tempo no formato temático da coluna Cine & Séries, mas garantindo uma leiturinha semanal para os queridos leitores com as “Crônicas em Quarentena”. Toda sexta-feira uma história do cotidiano em tempos de isolamento social, mas sem esquecer o Cinema, claro! Nesta edição, dicas de como o Cinema pode nos levar a viajar para países da América Latina e da África.

Boa leitura, bons filmes e só saia de casa se for absolutamente necessário. Fuja do contágio, fique vivo.

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Crônicas em quarentena – III

LAR, “DOCE” LAR

O isolamento social não é agradável para ninguém, mas se torna especialmente difícil para quem gosta de estar sempre “voando as tranças” na rua, no shopping, na balada. A situação pode ser mais complicada também para quem vive só. NADA, porém, deve ser pior que estar confinado com alguém cuja convivência costumeira de três, quatro horas por dia, já costuma ser conturbada.

Relações entre pais e filhos, irmãos ou outros parentes, podem ser bem conflituadas, mas há uma em especial onde estar junto 24 horas por dia pode virar “um pedaço de Saigon”. Não por acaso lembrei de “A Guerra dos Roses” (The war of the roses) o filme de 1989, dirigido por Danny DeVito, onde o casal vivido por Michael Douglas e Khatleen Turner decide se separar depois de 18 anos, mas nenhum dos dois quer abrir mão da mansão onde mora. Segue-se uma verdadeira guerra entre o casal, onde se restam perdedores.

Li em algum lugar que os casos de violência doméstica aumentaram 50% desde o início da quarentena. Agora, casais que às vezes mal suportavam ouvir a voz um do outro estão na mesma trincheira diuturnamente. Uma terrível conseqüência foi o aumento de mulheres à mercê de companheiros abusivos, cujo caráter violento é exacerbado pelo estresse do confinamento.

Piadas sobre ficar em casa e ter que “aguentar” a esposa se multiplicaram nas redes sociais. Achei graça no início, depois me dei conta que era o reforço da imagem da mulher megera, a chata que  oprime o pobre marido. Teve até o vídeo do espanhol gritando na sacada do apartamento “sácame de aquí, ya no puedo soportar a mi esposa“, que viralizou nas redes.

Quando tento projetar o futuro pós-pandemia, anseio para que permaneçam juntos só os que gostam de ouvir a voz um do outro, os que aproveitaram o confinamento para estreitar laços, os que perceberam que apesar de tudo ” foi bom estar em sua companhia “.  Mas se a Guerra dos Roses   for inevitável que termine bem para ambos os lados. (Brígida De Poli)

*A Guerra dos Roses está disponível para alugar na Microsoft Store e no site Filmow

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– Só agora vi “Yesterday”, o filme de Peter Boyle – diretor do famoso “Quem quer ser um milionário” – em que um músico amador acorda de um acidente e os Beatles sumiram da história. Como ninguém conhece a obra do quarteto genial, ele começa a cantar as músicas deles e faz sucesso no mundo inteiro. O filme é adorável, uma pausa na dura realidade do momento. Só ouvir as canções dos Beatles já bastaria, mas tem piadas ótimas também. Posso dar spoiler da melhor delas ? O protagonista diz para sua amiga que só um milagre faria ele ficar famoso, mas que milagres não existem. Ela responde:” existem, sim, o Benedict Cumberbacht virou símbolo sexual”. Para quem não lembra: ele é o ator que fez Dr.Estranho, Sherlock, O jogo da Imitação… Sacou??

Yesterday está disponível para assinantes no Telecine.

 

– Retina Latina é uma plataforma digital que disponibiliza filmes latino-americanos de graça! Basta um pequeno cadastro para ter acesso a longas e curtas da Bolívia, Colômbia, Equador, México, Peru, Uruguai. Vamos nessa? www.retinalatina.org

 

– Saindo da AL e indo para a África…outra experiência interessante é o ciclo gratuito online que vai de maio a julho com exibição e debates sobre filmes do Senegal, Angola, Nigéria, África do Sul, Mali e Mauritânia. Para participar dos encontros gratuitos, os interessados devem se inscrever em mostradecinemasafricanos.come aguardar instruções para assistir o filme de cada semana. As sessões acontecem sempre aos sábados (os três últimos de cada mês) e sempre às 16h.

 

– Assisti também a Ad Astra-Rumo às estrelas, a ficção científica em que Brad Pitt interpreta um engenheiro que viaja a Netuno em busca do pai, desaparecido desde que ele era menino. Gostei bastante, mas quem só curte filme de ação pode achar chato porque o ritmo é outro. Pitt sempre quis ser mais que um rostinho bonitinho nas telas, diferentemente de seu contemporâneo Tom Cruise, e conseguiu. Exibindo as marcas do tempo, ele é bem convincente no papel do homem aparentemente frio que não consegue superar a ausência do pai, considerado um herói espacial.

Ad Astra está disponível para assinantes no Telecine.

 

– Tim Maia , de 2014, voltou à programação graças à participação de Babu Santana no BBB-20. O filme conta a vida conturbada do grande cantor. Vale pela ótima interpretação de Babu e pelas músicas eternas de Tim.    Disponível para assinantes no Telecine.

 

– Uma boa surpresa: eis que chega na Netflix uma nova temporada de Billions (Bilionários). Um retrato do mundo corporativo e sua “fauna”, a série que está na 5ª temporada tem como eixo o embate entre o gestor de um fundo bilionário de investimento (Damien Lewis) e um procurador (Paul Giamatti). Aos poucos a história não se mostra maniqueísta, afinal todo mundo tem ânsia de poder e…

Todas as temporadas estão disponíveis na Netflix.

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DESCULPEM AÊ…

– Sem qualquer explicação, o Looke retirou do menu gratuito do Festival Varilux, os dois filmes da Juliette Binoche, um dos quais eu sugeri aqui na edição passada ( Quem você pensa que eu sou)

– Ema, o filme chileno, só ficou disponível no Mubi durante um dia! Quem viu, viu. Eu, não… Agora é esperar que volte em algum outro streaming.

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Ecos de “Comer,beber,escrever” – Crônicas em Quarentena-II

 

Excelente referência ao “Comer, rezar,amar”, o filme do Ryan Murphy (2010). Estamos em fase de transformações e readaptações, outros hábitos. Para nós que amamos escrever, nada melhor ! E o filme/dica “Quem você pensa que sou”, tem a deusa Juliette Binoche. Gratíssimo. (Gilberto Motta)

Uma ótima e bem-vinda surpresa desta temporada de distanciamento social, e mais tempo em casa, foi o novo formato da coluna!!
As crônicas nos aproximam, a gente se identifica com algumas situações ( comer mais, beber mais, cozinhar mais, quem nunca desde meados de março?). Parabéns e muita saúde! (Samira Razig)

A coluna tem dado uma força e tanto nesta travessia em que ninguém se move – ou, pelo menos, não deveria se mover.
A dificuldade, por incrível que pareça, não é a escassez de opções, ao contrário, é localizar e escolher entre tantas alternativas!
Entre as boas dicas da coluna, uma que guardei nas anotações desde o final do ano passado, é a serie “A maravilhosa Mrs. Maisel”.
As primeiras temporadas disponíveis são surpreendentes pelo alto nível de produção, com destaque para a ambientação de época, o elenco e a trilha sonora original.
Vou seguir pesquisando as dicas guardadas!! (Mário Antonio)

Toda semana eu abro a coluna para ler não só a crônica, mas dicas de streamings com filmes e séries de graça. Se eu fosse assinar todos já tinha falido. Obrigada pela preocupação. (Bia Aguiar)

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Foto: Jiawei Zhao para Unsplash

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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