Sabe o termo “conservado em álcool”? Pois a brincadeira pode ter um fundo de verdade. Já se sabia que a cerveja é rica em vitaminas B e E, ácido fólico, polifenóis, além de minerais como selênio, fósforo, zinco e cobre. Agora um estudo realizado pela Universidade de Valência, Espanha, descobriu que a bebida (rica em antioxidades) ajuda combater radicais livres (moléculas que provocam o envelhecimento celular).
A coordenadora da pesquisadora, Dra. Pilar Codoñer Franch assegura que, por conta de seus nutrientes, a cerveja ajuda a neutralizar a ação oxidante das células e pode ser mais eficaz do que cremes anti-rugas. Para quem pretende começar um tratamento de beleza à base de cerveja, dois alertas:
1 – Cuidado com o volume consumido. Especialistas recomendam no máximo 355 ml para mulheres e 700 ml para homens.
2 – A quantidade de antioxidantes varia conforme o estilo de cerveja e a forma como é produzida. Em tese, uma cerveja mais lupulada e artesanal pode ter um efeito melhor que uma cerveja mainstream.
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TRADICIONALISMO EM XEQUE
Elevate/Pexels – Divulgação
A principal entidade cervejeira do mundo pode mudar a forma como classifica a cerveja artesanal. Nos últimos meses a Brewers Association (BA) consultou mil associados sobre produtos que estão lançando ou pretendem lançar. E descobriu que a maioria dos cervejeiros está testando cervejas que fogem dos padrões tradicionais, e que é cada vez maior o número de interessados em criar bebidas infundidas com cannabis. Para Eric Wallace, presidente do conselho da BA, é “um indicativo de que o estatuto da entidade precisa ser atualizado”.
Atualmente para ser considerada artesanal, uma cervejaria norte-americana tem que cumprir três requisitos: ser pequena (produzir menos de 6 milhões de barris/ano); independente (no máximo 25% das ações podem pertencer a um grande grupo econômico); e tradicional (maior parte da produção tem que ter como base ingredientes cervejeiros tradicionais ou inovadores). Pelo resultado da enquete, a BA perecebeu que pode ter que abolir o conceito de tradicionalidade. “Ao ajustar a definição, estamos sendo mais inclusivos das necessidades de nossos membros votantes”, complementa Wallace.
Outra mudança do estatuto pode incluir como membros votantes da entidade os brewpubs. O pré-requisito pra isso é que o estabelecimento tenha a cerveja como produto principal e – à exemplo das demais cervejarias artesanais – produza no máximo 6 milhões de barris/ano.
A entidade está recebendo sugestões sobre as propostas e deve discutir as possíveis mudanças na próxima reunião de diretoria da Brewers Association, dia 29 de novembro. Se avançar, a ideia pode ter impactos em outros mercados fora dos Estados Unidos – inclusive o Brasil.
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MÁ NOTÍCIA
A produção gaúcha de uva sofreu um baque na semana passada. Ventos fortes e chuva de granizo atingiram diversas cidades produtoras e deixaram um prejuízo superior a R$ 300 milhões. Só em Flores da Cunha, uma das cidades do Vale dos Vinhedos, o prejuízo nos parrerais é estimado em R$ 61 milhões.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) está finalizando o levantamento dos prejuízos, mas já alertou os produtores que vendaval e granizo devem ser registrados novamente agora no começo de novembro. O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) ainda não calculou o impacto desses estragos na produção de vinho.
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MAIS UM
Elise McRoberts/Cannabis Now – reprodução
A coluna mostrou no mês de julho diferentes iniciativas de empresas que estão investindo na produção de bebidas à base de cannabis. Produtores apostam em cerveja, refrigerante, vinho e outros produtos que tem como matéria-prima talos, folhas e até raízes da planta. Em agosto o fundo Constellation Brands – dono de diversas marcas de bebidas – investiu U$ 4 bilhões em uma companhia que planta e industrializa maconha. O mercado parece em polvorosa desde a liberalização do consumo recreativo no Canadá e Califória, nos Estados Unidos.
Pois o investidor da vez é um enólogo e cineasta famoso: Francis Ford Coppolla (O Poderoso Chefão, Apocalipse Now, etc) se associou a uma marca especializada em gourmetizar o consumo da cannabis para lançar o “The Grower Series”. A reportagem produzida pela WineBusiness.com mostra que a paixão pelo vinho está expressa na embalagem. A lata tem forma de uma garrafa de vinho com 375 ml, só que dentro nada de liquido e sim, maconha de diferentes terroirs da Califórnia.
Russel Yip/Reprodução
Legalmente as vinícolas norte-americanas não podem vender cannabis. Por conta disso Coppola criou uma nova empresa, separada dos empreendimentos vinícolas. Ele diz que um investimento não anula o outro, e a aposta da vez é apenas mais uma forma de acessar os consumidores.