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Meus bandidos favoritos

Meus bandidos favoritos
PeakyBlinders/Netflix/Reprodução

Sim, eu tenho bandido favorito! Uma amiga perguntou como consigo ver filmes e séries violentas. Ela não suporta. Confesso que já não tenho a mesma resistência de antes e até desvio o olhar da tela em algumas cenas, mas a violência não me incomoda quando faz sentido para a história que está sendo contada. É o caso de uma das minhas séries atuais favoritas: Peaky Blinders. Os terríveis irmãos Shelby são inspirados numa família de gângsteres irlandeses que realmente atuaram na Inglaterra, nos anos vinte. Mesmo não sendo o irmão mais velho, o líder da quadrilha é Thomas, que volta da Primeira Guerra Mundial pior do que foi. Carregando traumas do passado, ele tem ambições que vão se desenvolvendo ao longo das cinco temporadas disponíveis na Netflix. A sexta está quase pronta (leia na seção Vem Aí!).

O nome Peaky Blinders vem da boina onde os membros da gang escondiam a navalha usada para cegar seus inimigos. É difícil ter simpatia por seres tão violentos, mas os personagens são bem construídos e conseguimos enxergar brechas aqui e ali. E o elenco? Ah, o elenco, que turma incrível, a começar por Cillian Murphy, o Tommy; Paul Andersen, o irmão mais velho, Arthur; Helen McCrory, a tia Polly.

Obs.: Se você ainda não viu, não desista nos primeiros episódios. A série custa um pouquinho a engrenar, mas depois conquista a gente de forma irreversível.

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FILMES

Identidade – direção: Rebecca Hall – 2021 -Netflix

O filme que marca a estreia da atriz Rebecca Hall na direção é baseado no romance homônimo de Nella Larsen, lançado em 1929. Identidade foi filmado em preto e branco, seguindo uma tendência atual. Sinopse oficial: duas mulheres negras, Irene Redfield e Clare Kendry, podem “se passar” por brancas, mas optam por viver em lados opostos da linha de cores durante o auge do Renascimento do Harlem no final dos anos 1920 em Nova York. Depois que um encontro casual reúne as ex-amigas de infância em uma tarde de verão, Irene relutantemente permite que Clare entre em sua casa, onde ela se insinua para o marido e a família de Irene, e logo seu círculo social mais amplo. À medida que suas vidas se tornam mais profundamente entrelaçadas, Irene descobre sua existência outrora estável derrubada por Clare, e Identidade torna-se um exame fascinante de obsessão, repressão e as mentiras que as pessoas contam a si mesmas e a outros para proteger suas realidades cuidadosamente construídas.

No elenco estão Tessa Thompson, Ruth Negga e AndréHolland.

 

Outsider – direção: vint  – França – 2017 – Now/Net

Baseado na história real da ascensão e queda de Jérôme Kerviel, um jovem que se tornou o operador da bolsa mais famoso do mundo, essa produção francesa poderia ser mais enxuta. Para mostrar o ritmo insano da área de investimentos, o roteiro gira em círculos. É muito tempo tentando explicar como funciona a compra e venda de ações, num linguajar que o leigo não alcança. Acabei tendo dificuldade de entender a estratégia usada por ele na obsessão de alcançar lucros absurdos. Tudo isso sob as vistas grossas do Banco Société Generale. Sobra pouco tempo para focar no lado humano dos personagens, o que poderia render bastante. São homens movidos por adrenalina, dinheiro, álcool e brincadeiras infantilóides. Seria interessante conhecer suas histórias pessoas. Apesar da edição, vale conferir.

 

The space between the lines – direção: Vanessa Jopp – 2019- Film & Arts – Alemanha

O tema relações virtuais já rendeu muitos filmes, a começar pelo simpático Mensagem para você, com Tom Hanks e Meg Ryan, de 1998. Alguns eram bem bobinhos também. Essa produção alemã, porém, foge da comédia romântica e traz um tom melancólico ao assunto. O acaso junta Emma, uma jovem casada com um maestro e que cuida de dois enteados, a Leo, um solteiro com dificuldade de se envolver profundamente com alguém. Bem quando ele é dispensado pela namorada, Emma erra o endereço eletrônico e envia para ele uma mensagem cancelando a assinatura de uma revista. Ali começa uma longa e interessante conversa virtual que vai mexer com a vida de ambos.

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SÉRIES

Assassinato do primeiro ministro –  minissérie –  Suécia-2020 –Netflix

Esse crime ainda abala a sociedade sueca, mesmo tendo se passado mais de trinta anos. Começa em uma noite de muita neve, em fevereiro de 1986, quando o primeiro-ministro da Suécia, Olof Palme, decide ir até o Grand Cinema assistir um filme com sua esposa, Lisbeth. Por ter sido uma decisão de última hora, Palme estava sem proteção pessoal de seu seguranças. O casal sai conversando e olhando vitrines quando um homem atira à queima-roupa nos dois. Ela fica ligeiramente ferida, mas o primeiro-ministro morre na hora.  A série mostra a incompetência quase inacreditável da polícia sueca para desvendar o assassinato, apesar de existir um suspeito claríssimo.

 

Pão e circo – talk show –  7 episódios – Prime

O ator e diretor mexicano Diego Luna, famoso pelos filmes E sua mãe também e Narcos, dirige e comanda esse talk show que leva em conta a tendência das conversas em torno de uma boa refeição serem mais francas e os participantes, mais receptivos. Pandemia, racismo, violência são alguns dos temas. Os episódios começam na cozinha de diferentes lugares, onde Luna e o chef convidado – os responsáveis pela refeição são sempre nomes conhecidos da gastronomia de seu país – iniciam as discussões. O chef também participa da conversa. Entre os convidados está o ator Gael Garcia Bernal, amigo e sócio de Luna na produtora da série.

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VEM AÍ!

Peaky Blinders, a sexta temporada

A boa notícia é que a sexta temporada da série já está em fase final de edição e deve ser lançada no início do ano que vem. Infelizmente, sabe-se que também será a última. Depois, para ver o terrível clã dos Shelby e seus agregados, só no cinema. Sim, Peaky Blinders vai virar filme, previsto para lançamento em 2023. O elenco que um dos trunfos da série sofreu uma perda importante este ano, com a morte de Helen McCrory, a tia Polly, um dos personagens mais carismáticos e decisivos da trama.

Os fãs que acompanham Peaky Blinders desde 2014, como eu, sentirão muita falta.

 

Bridgerton, a segunda temporada

Já para a série romântico-social, produzida pela poderosa Shonda Rymes, tudo ainda é começo. Há divergências sobre o mês exato, mas a aguardada segunda temporada de Bridgerton chega ainda no primeiro semestre de 2022. O atraso se deve a um surto de Covid-19 no set e a consequente paralisação das filmagens no meio do ano. A nova temporada é inspirada no segundo livro de Julia Quinn, The Visconde Who Loved Me. Agora a história vai acompanhar o mais velho dos irmãos Bridgerton, o Visconde Anthony, em sua própria busca pelo amor.  Ele escolhe a mais bela debutante da estação, mas encontra um osso duro de roer no seu caminho, a irmã de sua pretendente. A história terá começo-meio e fim na temporada. Na terceira, já renovada, começarão as aventuras de outro membro da família Bridgerton.

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THE END

*Fotos reprodução/divulgação

 

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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