
Desde que assumiu o governo, em 2019, Carlos Moisés da Silva nunca exercitou, publicamente, a avaliação de desempenho dos nomes de seu secretariado de acordo com indicadores, fez, no máximo, substituições pontuais, na Defesa Civil e nos comandos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Procuradoria Geral do Estado ou as provocadas pela crise dos respiradores, que atingiu Helton Zeferino (Saúde) e Douglas Borba (Casa Civil).
Agora, diante de um novo momento político, uma nova relação com a Assembleia, a primeira política, Moisés deve atender as demandas de novos aliados e abrir espaços no colegiado ou em cargos importantes nas pastas, a partir de março, sem antecipar nomes até o momento.
De antemão, sabe-se que o governador não cogita, de maneira alguma, mexer nas pastas mais próximas dele: Fazenda (Paulo Eli), Administração (Jorge Eduardo Tasca), Infraestrutura (Thiago Vieira) e da PGE (Alisson de Bom de Souza).
Entre essas estruturas estão algumas das mais cobiçadas pelos deputados, além da Educação e da Saúde, a última com pouca chance de atrair alguém em função da pandemia.
Dúvida
A saber qual será o tamanho da gulosa intenção parlamentar, que, necessariamente, pode centrar em um secretário adjunto ou na indicação do presidente da SC Parcerias, por exemplo, abrigada no escopo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável, pasta que está com o nome do titular em aberto, assim como a de Desenvolvimento Social.
Pesa ainda a avaliação que não passa por indicadores e sim pela percepção política de deputados e prefeitos que não veem com bons olhos secretários ou presidentes de estatais que não os tratam com a devida deferência.
Na bacia das almas, uma bem articulada “fogueira” dos deputados queima integrantes da equipe de Moisés.
Deve mudar
Há muita secretaria executiva que pode ganhar status de pasta sem ferir o enxugamento proposto inicialmente por Moisés, até porque há um exagero de funções e órgãos, um deles o Detran, que estão subordinados ao gabinete do governador e cuja existência e funcionalidade necessita ser reavaliada.
Até o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, o Plamus, está subordinado à Casa Civil, que também abriga a Secretaria Executiva de Comunicação, reflexos da megalomania do projeto pessoal do advogado Douglas Borba, ex-vereador e todo-poderoso no início do atual governo.
Mais outra
Existe a necessidade de destrinchar a sobreposição de funções da Controladoria Geral do Estado e da Secretaria de Integridade e Governança, equação mal resolvida nos bastidores da administração estadual desde sempre.
O que surgirá daí é tão misterioso quanto o que será feito de perfis que estão com Moisés desde o início e sofrem um desgaste enorme, como o nome do presidente da Celesc, Cleicio Poleto Martins, ligado ao secretário Lucas Esmeraldino (Articulação Nacional).
REPRODUÇÃO/BAND NEWS
AFRONTA À DEMOCRACIA
Depois de insistir na tese equivocada de que a eleição nos EUA foi fraudada, tal qual um moleque mimado que demonstra não saber perder, Donald Trump cospe no juramento que fez em defesa da democracia e da Constituição de seu país ao incitar fanáticos a invadirem o Capitólio, sede do Congresso norte-americano. O atentado não é local contra a democracia, deixa o mundo inteiro em alerta, prova de que a irresponsabilidade de um governante mal-intencionado e imaturo, na essência da palavra, pode liderar hordas contra instituições e pessoas, inclusive causando mortes. Trump não merece o mandato que obteve nas urnas, não merece existir em um ambiente de liberdade de escolha, não merece o título de presidente. Sua inconsequência é tanta que a maioria dos aliados dentro do Partido Republicano, no Congresso e fora dele, debandaram ou renunciaram aos seus cargos. E o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, um republicano que preside o Senado, levou adiante o que definiu de sessão protocolar para homologar Joe Biden presidente eleito. A Trump o ostracismo da história, para quem não sabe viver ou conviver na democracia.
Erro tático
O governo brasileiro e o Itamaraty foram uma das poucas estruturas dentro da democracia mundial que não se pronunciaram sobre os reprováveis acontecimentos em Capitol Hill, em Washington DC.
A admiração por Donald Trump é algo muito diferente do que apoiar sandices praticadas por ele ou por seus seguidores.