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Morte na escada, as primeiras-damas e o Homem Morcego

Os verdadeiros Kathleen e Michael Peterson e os intérpretes Colin Firth e Toni Collette/Divulgação

Morte na escada, as primeiras-damas e o Homem Morcego


“A Escada” em dois lances

O documentário – Netflix

Assisti há alguns anos a uma série documental que me impactou muito. Hoje, há incontáveis produções  sobre real crimes, mas quase nenhuma com a qualidade narrativa de “The Staircase”.

Lançado em 2004, com treze episódios (dois acrescentados posteriormente, como um fecho), o documentário conta a história de Michael Peterson, um romancista norte-americano com então 58 anos que foi acusado de ter assassinado sua mulher Kathleen jogando-a da escada. David Rudolf, advogado de Peterson, argumenta que Kathleen estava sozinha quando levou um tombo e caiu, tratando-se o caso de um acidente. Depois, surgem outras teorias mirabolantes.

Michael e Kathleen moravam em Durham, na Carolina do Norte, com Clayton, Todd, Margaret e Martha, filhos de Michael, e Caitlin, filha de Kathleen. Na madrugada do acidente, Michael afirmou que estava no quintal perto da piscina quando ouviu um barulho no interior do imóvel, se deparando com Kathleen sangrando na beira das escadas.

O empenho do advogado e o carisma do acusado criam uma empatia com o cliente. No início, acreditei piamente na inocência de Michael. Ao conhecermos detalhes de sua vida pessoal, surgem dúvidas.  Depois da série, soube-se que algumas coisas foram omitidas. O diretor, Jean-Xavier  Lestrad aceitou a ingerência do romancista no conteúdo. Ao final do julgamento, o júri considera Michael Peterson … não vou dar spoiler.

 

A minissérie – HBO Max

Apesar do caso já ter sido muito explorado, a HBO Max resolveu reavivar o assunto com grande pompa. A minissérie, de oito episódios, tem os prestigiados Colin Firth e Toni Collette nos papeis principais. Outro nome forte é o da francesa Juliette Binoche. No documentário de 2004, o foco é no viúvo acusado de assassinar a esposa. Na nova produção, vemos Kathleen viva e aprendemos mais sobre ela, assim como a reação dos filhos do casal e o impacto do crime sobre a vida deles.

Há algumas informações que não estão na versão documental, mas não espere uma resposta definitiva sobre culpa ou inocência. Como já anuncia a epígrafe da minissérie roteirizada e dirigida por Antonio Campos (filho do jornalista brasileiro, Lucas Mendes):

“Verdade?” perguntou Pôncio Pilatos: “O que é isso?”

Obs.: Firth e Collette podem ser os grandes adversário de Sean Penn e Julia Roberts (Gaslit) na briga pelo Emmy de Melhor Atore e Melhor Atriz. Vai ser bonito de se ver.

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OUTRAS SÉRIES

A primeira-dama – 10 episódios – 2022 – Paramount+

Reprodução/Divulgação

A série traz à luz três ex-primeiras-damas americanas icônicas. Viola Davis interpreta Michelle Obama;  Gillian Anderson vive Eleanor Roosevelt e Michelle Pfeiffer é Betty Ford. Só elenco já mostra que a Paramount investiu pesado em “ The First Lady”. Trata-se de um trio que não ficou apenas nos compromissos sociais que cabe às mulheres dos presidentes do maior país capitalista do mundo, mas que se destacou de alguma forma por sua personalidade. A série abre com Laura Busch mostrando a Casa Branca para nova moradora. Michelle Obama observa e cumprimenta os empregados negros da presidência, único espaço que cabia a eles até o momento em que os EUA elegeu o primeiro presidente não-branco de sua história.

 

Becoming Elizabeth – 8 episódios – 2022 – Starzplay

Reprodução/Divulgação

Por falar em mulher poderosa, mais uma rainha para a coleção de histórias produzidas sobre elas nos últimos anos. A nova série ( os episódios são semanais, por enquanto apenas um está disponível) mostra Elizabeth I às vésperas de se tornar uma das monarcas mais conhecidas do mundo. Filha de Ana Bolena, decapitada por adultério, Elizabeth não estava na linha de sucessão direta do pai Henrique 8°, mas acabou tornando-se a  última representante da dinastia Tudor. Ela assumiu o trono aos 25 anos e teve que aprender a gerir a poderosa nação. A conferir.

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FILMES

The Batman – direção: Matt Reeves – 2022 – HBO/HBO Max

Reprodução/Divulgação

Só agora vi o mais recente filme do meu super herói favorito. Gosto dele até por não ter super poderes. É apenas um humano que luta contra o crime por causa de um trauma de infância. É claro que, desde que vi o meu primeiro Batman ( dos tempos de seriado no cinema, e com Robin ao lado) muita coisa mudou. O humor foi desaparecendo da história e o homem-morcego foi se tornando cada vez mais sombrio. O Batman de Robert Pattison levou essa característica às últimas conseqüências. Seu visual sem o “uniforme de trabalho” me lembrou o de Brandon Lee, em “O Corvo”.  É muito estranho também vê-lo circulando entre pessoas comuns e sofrendo buylling . Seu antagonista da vez é o Charada, mas o filme tem a presença do Pinguim e da Mulher-Gato, interpretada pela badalada Zoé Kravitz.

 

Effie Gray – Uma paixão reprimida – direção: Richard Laxton – 2014 – Netflix

Reprodução/Divulgação

O triângulo amoroso entre o crítico de arte John Ruskin, sua mulher adolescente Euphemia Gray e o artista pré-rafaelita John Everett Millais provocou um escândalo na conservadora sociedade inglesa do século XIX. Effie, como era chamada a jovem amante, é interpretada por Dakota Fanning. A atriz Emma Thompson, que também está no elenco, foi a responsável pelo roteiro, tendo inclusive que brigar na justiça pelos direitos da história que foi adaptada por outra pessoa na mesma época.

 

Dreamland – Sonhos e Ilusões –  direção: Miles Joris-Peyraffit  – 2019 – HBO e Prime Vídeo

Reprodução/Divulgação

Este drama romântico  é ambientado durante a Grande Depressão nos Estados Unidos. O jovem Eugene Evans sonha em escapar de sua pequena cidade no Texas e, para isso, quer tornar-se um caçador de recompensas. Quando ele descobre uma fugitiva ladra de banco ferida, tudo parece se encaixar.  Mas se ela é Margot Robbins, como não se apaixonar ?? Brincadeiras à parte,  ele logo se vê dividido entre reivindicar a recompensa pela captura dela e  atração pela criminosa. Isso muda tudo na vida dele e de todos que o cercam. Eugene é interpretado por Finn Cole que está brilhando como antagonista de Thomas Shelby na recém chegada derradeira temporada de “Peaky Blinders” (Netflix).

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Extra

Dica de leitura

Ganhei de presente este livro que faz a alegria de quem ama séries, publicado pela Editora Aleph. “Homens difíceis”, de Brett Martin, fala sobre os bastidores do processo criativo de alguns de nossos personagens favoritos, como Tony Soprano (Os Sopranos), Walter White (Breaking Bad) e Don Draper (Mad Men).

Reprodução/Divulgação

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THE END

cronica

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