Iria escrever algo com esse título, quando recebi da colega Brígida de Poli um texto sobre os acontecimentos de sábado na Grande Florianópolis e a falta de cobertura adequada da imprensa. Nem precisei redigir.
Vejam o que ela disse:
Os acontecimentos violentos de sábado na Grande Florianópolis mostraram o quanto as empresas de comunicação estão distantes da população atualmente. Foi pífia a cobertura de um cenário que Florianópolis viveu anos atrás e onde a imprensa teve um papel fundamental. Desta vez, TVs, sites e rádios tinham uma única pauta: o show do beatle Paul McCartney na Ressacada. Ficaram indiferentes a quem precisava andar pelas ruas e sentindo o desespero diante da correria de viaturas, ônibus incendiados, ruas bloqueadas por fogo em lixo e pneus, perseguição aérea, tiros, execução de um bandido à luz do dia, bloqueios de ruas e até da Br101, onde motoristas e passageiros foram rendidos e obrigados a descer dos veículos por marginais, que atearam fogo nos carros causando um engarrafamento de 20 km a partir de Tijucas.
Na melhor das hipóteses, emissoras de grande alcance, subestimaram os fatos. A pouca cobertura, limitada aos telejornais da noite, com equipes de reportagem dando mais espaço pra nota oficial do governador do que para os fatos que deixou a cidade refém do crime organizado. Repórteres precisam ser mais firmes e saber diferenciar o que é crime organizado e vândalos.
Além disso, um leitor do Making Of chamou a atenção para manchete do Site NSC Total dizendo, às 16h, que Paul já estava na Ressacada. Mais tarde, “parecendo” reconhecer o erro, inseriram a palavra “Banda”, e por fim, à noite, a própria emissora no NSC Notícias mostrou o músico chegando num carro totalmente diferente do que a primeira publicação. Barriga ? Erro de apuração? Ou esforço em antecipar a presença do artista já que a tarde violenta deixou muitos fãs preocupados com o ídolo estar num resort, em Governador Celso Ramos, precisando cruzar as ruas conflagradas para chegar ao local do show? Ou ainda, assustados em se locomoverem em direção à Ressacada, sendo que – quando alguém ligava para o 190 – a orientação da PM era : fique em casa ? São muitas perguntas de difíceis respostas.
Tentativa
As duas rádios de jornalismo tentaram fazer alguma cobertura dos incêndios. As duas com o plantão de esporte, esperando o jogo no Scarpelli. Na CBN, com Leandro Lessa e na Jovem Pan com Jean Romero registraram os episódios espaçadamente. O foco era o jogo.
Não houve a cobertura mobilizadora com outros momentos com repórteres nas ruas. Ao contrário, quem estavam nas ruas eram os bandidos.
Marketing
Pelo que se viu sábado, falar em segurança exemplar por aqui é mais marketing do que realidade.
Agoniante
O futebol da capital é agoniante.
Agonia o torcedor e agonia a imprensa que se desdobra o ano inteiro para acompanhar jogos e treinamentos, muitas vezes com informações sonegadas sobre escalações e outras decisões de diretoria. Tremenda bobagem.
O futebol deixou de ser transparente e se esconde cada vez mais em treinos fechados, vistos apenas pelos quero-queros.
Este final é particularmente agoniante. Avaí conta os pontos jogo a jogo porque a matemática lhe favorece mas o bom futebol não. Investiu muito dinheiro e vai morrer na praia.
Figueirense não conseguiu nem competir direito na Copa Santa Catarina e já terminou o ano sem nenhuma grande vitória. Comemora-se a provável recuperação judicial como se fosse um título.
E vem aí um futuro incerto. Há muitas promessas no ar, dinheiro, time competitivo e muita conversa, a conferir.
A questão mesmo é que não há nenhuma certeza de que a agonia vai acabar, nem para um lado, nem para outro.
Incrível
Acha que já viu de tudo na mídia ? Então veja esta nota na GZH digital – do jornal gaúcho Zero Hora. A coluna não sabe nem qualificar o estabelecimento da entrevistada. Acompanhe e entenda: