Ao colocar ponto final na longa carreira de 60 anos, Moacir Pereira encerra um momento importante no colunismo político. Muito antes da internet, quando os jornais eram o principal meio de informação e credibilidade, seus textos eram certeiros.
Lembra uma imagem que o Correio do Povo, onde trabalhou na Sucursal de Florianópolis com vários colegas importantes no mercado, quando se dizia que a notícia só era verdadeira se fosse publicada pelo jornal.
Quando assinava colunas no jornal O Estado e Jornal de Santa Catarina, principalmente, e um pouco mais tarde no Diário Catarinense, Moacir detinha o privilégio das informações políticas do Estado, acionado por tudo e por todos. No jornal ND, onde escreveu nos últimos quatro anos, Moacir suavizou sua linha editorial e deixou transparecer sua preferência pessoal política.
Diante do exposto, a conclusão é que nesta época onde a internet ocupa posição de relevância, onde muita gente dá opinião ou transita na informação política, há quatro canais de TV, um jornal e muitos sites, já não existe espaço para um voo solo como Moacir.
A informação está pulverizada e necessita da decisão do leitor para garimpar quem está opinando de fato ou dando informação privilegiada por interesse de terceiros.
Hoje há mais repórteres e menos comentaristas tradicionais de política na praça. Então, é lícito pensar que o espaço de Moacir está vago, por enquanto.
Debates
Dois debates na TV praticamente encerram a cobertura editorial às vésperas das eleições: o que foi realizada na noite passada de sábado na ND e o último, na próxima quinta-feira, 3, da NSC.
Os candidatos no debate da ND, na avaliação desta coluna, repetiram os motes das campanhas e o resultado não deve ter alterado o voto de ninguém. Ainda mais em um dia e horários que tem menor audiência da semana (definido pela rede Record).
A fórmula do programa foi bem executada, facilitando o embate entre os candidatos, cujos melhores momentos foram propiciados por Topázio Neto e Dário Berger.
Nos poucos momentos de tensão, a âncora Márcia Dutra fez valer a autoridade de mediadora.
Chamou a atenção que em vez de começar logo o programa, a direção colocou jornalistas fazendo comentários e projeções, algo desnecessário porque as pessoas ligadas no horário queriam mesmo é ver o debate.
Já o programa que vem da NSC, se manter a escrita da Globo, vai ser todo amarrado, porque a cabeça de rede estipula regras para que as emissoras espalhadas pelo país não vacilem e acabem favorecendo algum candidato.
Seria esperar demais que invertessem as regras e deixassem os candidatos livres para debaterem já de início. Vamos conferir.
Água
A gestão do SBT depois de Sílvio Santos já está fazendo água. Na cabeça de rede há muitas demissões.
Agora elas chegam a rede Massa, a afiliada do Paraná pertencente a Ratinho e uma das principais do país. Ele terminou a semana passada demitindo gente e acabando com programas, entre eles o Tá na hora, que estreou em março de 2024 no final de tarde.
JN
Já na Globo a crise é noturna, diante do fracasso da novela das 9 – “Mania de você”, que tem a pior audiência da história. Por tabela, o Jornal Nacional, que vem logo antes, foi afetado e convive com baixas índices no Ibope.