A Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina (Intercel) emitiu uma nota informando que os funcionários da Celesc decidiram em assembleia, realizada na última quarta-feira, 17, por iniciar uma greve a partir desta segunda-feira, 22.
De acordo com a nota, o motivo da greve é a ausência de avanços nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2025/2026 e da proposta apresentada pela empresa.
“Desde o início das negociações, no dia 28 de agosto, a diretoria da Celesc tem adotado uma postura de intransigência, não garantindo, sequer, a reposição da inflação sobre os direitos do Acordo Coletivo, impondo perdas aos trabalhadores”, diz a nota.
Desde o início das negociações, no dia 28 de agosto, já tinha a sinalização de que a Diretoria de Celesc não estava aberta a muitos avanços da sua proposta. O diretor de Gestão Corporativa, Moisés Diersmann, deixou claro que a intenção da empresa era limitar as negociações à recomposição da inflação apenas em duas cláusulas: salário e vale-alimentação. Segundo ele, a Celesc enfrenta um momento de contingenciamento de gastos “por conta do baixo fluxo de caixa”.
No dia 3 de setembro, na segunda reunião, até houve avanços importantes, onde houve a renovação do caput da cláusula que trata da Garantia de Emprego até 30 de setembro de 2028. Já na terceira rodada, que aconteceu no dia 5 de setembro, foram renovadas cláusulas importantes, como Licença-Prêmio, Programa Nutricional e Gratificação de 25 anos.
Na reunião do dia 10 de setembro, a Intercel cobrou a inclusão das cláusulas de maior impacto financeiro na mesa de negociação, mas a Celesc não trouxe nenhuma proposta concreta sobre reajuste salarial ou anuênio e ainda houve um retrocesso na questão da estrutura sindical, informando que a manutenção do quadro de dirigentes liberados já não estava garantida.
A quinta e última rodada, realizada em 12 de setembro, confirmou as preocupações da categoria, onde a empresa limitou-se à recomposição da inflação nas cláusulas de salário e vale-alimentação, sem qualquer ganho real, de acordo com a Intercel, e sem abono de fechamento de acordo.
Então, segundo o sindicato, diante da falta de avanços os funcionários decidiram entrar em greve por tempo indeterminado até que haja a melhora da proposta por parte da Celesc.
A Intercel informou também que todos os trabalhadores deverão estar nos portões de seus locais de trabalho nesta segunda-feira, mas nenhum deles entrará para trabalhar.
Veja a nota enviada pela Intercel:
A Intercel (Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina) informa à população catarinense que, diante da ausência de avanços significativos nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025/2026 e da proposta rebaixada apresentada pela empresa, os trabalhadores e trabalhadoras da Celesc decidiram, em assembleias nessa quarta-feira, 17 de setembro, pela deflagração de greve a partir de segunda-feira, 22 de setembro, às 6h da manhã, com concentração nos portões das unidades da empresa em todo o estado.
Desde o início das negociações, no dia 28 de agosto, a diretoria da Celesc tem adotado uma postura de intransigência, não garantindo, sequer, a reposição da inflação sobre os direitos do Acordo Coletivo, impondo perdas aos trabalhadores.
A greve é um instrumento legítimo diante da intransigência da empresa e da ausência de valorização dos trabalhadores. Reforçamos que a mobilização visa a defesa de direitos, a valorização profissional e a construção de um ACT justo, que reconheça o empenho de cada celesquiano no atendimento à população catarinense.
Pedimos a compreensão e apoio da sociedade. Nosso compromisso é com um serviço público de qualidade, mas também com a dignidade e o respeito a quem o realiza todos os dias. Seguiremos abertos ao diálogo e à retomada imediata das negociações, desde que a empresa apresente propostas compatíveis com as demandas da categoria.
Os sindicatos ressaltam, por fim, que os serviços de urgência e emergência serão mantidos durante a greve.



















