
Dois dados relevantes mostram que a situação da Covid-19 em Santa Catarina passou a um patamar mais do que perigoso: a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro, aponta em estudo que as contaminações da doença em nosso Estado já são em 63,7% provocadas por variantes do Coronavírus, enquanto os números oficiais da Secretaria da Saúde confirmam que a evolução da pandemia espalha-se por quase 10% da população catarinense (7,2 milhões, de acordo com estimativa do IBGE), 694.274 casos na última contagem.
Não bastassem as preocupantes análises dos dados, a Secretaria Estadual de Saúde identificou dois casos autóctones, ou seja, de contaminados no Estado com a variante p 1 da Covid-19, a brasileira, em moradores de Joinville e Balneário Camboriú.
O assunto deve nortear parte das conversas do governador Carlos Moisés e do secretário André Motta Ribeiro com o ministro Eduardo Pazuello (Saúde), que visita Chapecó, nesta sexta (5), quadro para lá de assustador, onde o prefeito João Rodrigues (PSD) decidiu seguir o decreto estadual com algumas adequações e quer entrar na Justiça para garantir a contratação de médicos estrangeiros sem que passem pela revalidação obrigatória dos diplomas.
Bolsonaro
Retirado o palavreado chulo, o que o presidente Jair Bolsonaro declarou, em Uberlândia (MG), deveria servir de base para aqueles prefeitos que insistem dizer que vão comprar vacinas e alertou, em tom de ataque, que não há imunizante para comprar no mundo.
Bolsonaro rebatia os que o pressionam pela compra de vacinas, algo que se tornará cada vez mais frequente, porém freia o ímpeto que parece fora do contexto, no mesmo dia em que a Federação Catarinense de Municípios anuncia que pretende assinar um contrato de compra com o Farmacêutica União Química, que fabricará a russa Sputnik V, que sequer tem autorização emergencial da Anvisa para ser aplicada na população.
Mais pressão
Moisés não assinou a mais nova carta enviada a Bolsonaro por 14 governadores, entre eles Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul; e Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, em que pedem que o governo federal adote medidas mais duras e procure o apoio de organismos internacionais para adquirir mais doses de vacinas.
Preocupados com o avanço da doença, os governadores disseram no documento que “neste momento, há novas, reais e importantes justificativas para que o Brasil obtenha, com celeridade, novas remessas de imunizantes, a principal delas é a chegada e a rápida disseminação, já no estágio de transmissão comunitária, da nova variante P1, que tem se revelado ainda mais letal, prejudicando os esforços para proteger a vida de nossas cidadãs e cidadãos, bem como de suas famílias”.
Apelo
Procurador-geral de Justiça, Fernando da Silva Comin não fez rodeios para solicitar aos pesos-pesados do empresariado catarinense, que representavam Fiesc, Facisc, Fecomércio, Fampesc, FCDL, Faesc, Fetrancesc e Ocesc, para auxiliarem o Estado na ampliação da capacidade do atendimento da saúde.
Em videoconferência, nesta quinta (4), Comin lembrou a evolução da tragédia provocada pelo Coronavírus ao mostrar a estatística de 30 pessoas que aguardavam uma vaga em leito de UTI, na semana passada, e os 280 do dia, ao ressaltar que o MP não tem pretensão de ditar ou impor solução mais adequada, sem afastar que, se a situação continuar neste ritmo, a instituição terá que judicializar a questão.
Mais um passo
Sem determinar número de parcelas e valores, papelque caberá ao Palácio do Planalto, o Senado aprovou nesta quinta (4), o texto principal da PEC Emergencial em segundo turno de votação.
O auxílio emergencial financeiro deverá consumir R$ 44 bilhões mas exige corte de gastos do Executivo. A matéria ainda precisa passar por dois turnos de votação na Câmara.
DENISE LACERDA/DIVULGAÇÃO
CARMEN “SALVOU” O MINISTRO
Corria a audiência do ministro Tarcísio de Freitas com o Fórum Parlamentar Catarinense quando, pouco antes das entrevistas, o titular da Infraestrutura lembrou que estava sem máscara. Foi salvo pela deputada Carmen Zanotto (Cidadania), enfermeira por formação, que sempre prevenida traz um artefato cirúrgico, que dura poucas horas, para a substituição. O ato solidário foi testemunhado por jornalistas que acompanhavam a saída do evento, onde a prestativa parlamentar já havia convidado o ministro para comparecer à Comissão Mista de Orçamento para falar dos recursos disponíveis hoje para Santa Catarina.
De Brasília
Será instalada nesta sexta (5), na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista pela Transformação Digital na Educação.
A proposta é da deputada federal Angela Amin (PP), que é autora da lei que institui a Política Nacional de Educação Digital, uma grande ferramenta em tempos de situações excepcionais, como a pandemia.
ARTE SOBRE FOTOS DE DANIEL CONZI/AGÊNCIA AL
UM SHOW DE HORRORES
Quem acompanhou a sessão da Assembleia na tarde de quarta (3) deve ter ficado horrorizado ou com os cabelos em pé ao assistir o embate entre a deputada Paulinha da Silva (PDT) e o deputado Jessé Lopes (PSL). Alvo de uma fake News que a colocava como protagonista na compra de respiradores, a deputada foi à tribuna pedir aos colegas que acelerassem a análise de um projeto do deputado Jair Miotto (PSC), que prevê punições para quem usar o expediente de mentiras contra integrantes da Assembleia. Paulinha apontou para o colega Jessé Lopes (PSL), que considera responsável pela disseminação da notícia, que já havia sido desmentida então. Jessé, conhecido por não levar desaforo para casa, baixou o nível, chamou Paulinha, mais de uma vez de “Miss TPA” e disse que até “eleitorzinho” dela compartilhou a publicação, sem esquecer de um adágio cheio de palavrões. O bate-boca não cessava, fora da ordem que se exige do plenário, e o deputado Nilso Berlanda (PL), que presidia a sessão, teve dificuldade restabelecer a calma nem mesmo quando chamou o horário destinado aos partidos políticos. Episódio lamentável.
E tem mais
Não bastassem as agressões, Paulinha ainda reagiu e contra atacou: “Não sou miss de nada, tenho nome e sobrenome”.
A esta altura o diálogo não era mais digno do parlamento.