
Está chegando a época em que ressurgem os hits natalinos, quase sempre repetidos exaustivamente há anos. Daqui a pouco, John Lennon ressurge cantando ”So this is Christmas” e Simone nos atropela com “Então é Natal”.
Precavido, um bar no Texas, Estados Unidos, vem orientando os funcionários para que não toquem antes do dia primeiro, e depois só uma vez por noite, a canção de Mariah Carey “All I Want for Christmas Is You”, que foi composta há quase trinta anos. O bar quer evitar possível esgotamento nervoso de funcionários e clientes, diante da repetição exagerada do grande sucesso da cantora.
É tetra?
Realmente a repetição pode ser um castigo para os ouvidos. Vale para peças de propaganda para quem eventualmente acompanha um tempo maior de TV aberta.
Usando a lógica do bar do Texas, e se eu tivesse algum poder de veto, reduziria a campanha do (ainda) narrador Galvão Bueno para o Santander. Ao lado do ex-árbitro Arnaldo César Coelho, a peça simula um estúdio para narração de jogo, onde Galvão termina repetindo alguns dos seus famosos bordões, como “Acelera Airton” e “É tetra, é tetra”.
Parece, em primeiro lugar, que o narrador está quebrando a cumplicidade com quem o ouvia em momentos decisivos do esporte, transportando-os artificialmente para peças publicitárias.
Depois, ele revela com os olhos arregalados que nem ele acredita no que está dizendo, nem Arnaldo que mantém certo ar de estranheza ao lado dele.
Realmente é demais para ouvidos pré-natalinos, pelo menos os meus.
Decisão
O jogo que classificou o Avaí para a série A, propiciou uma boa mobilização da imprensa da Capital. Muitos profissionais deixaram seus estúdios e casas para ver futebol ao vivo. E isso agora vai ter que virar rotina, pois o torcedor não vai mais aceitar que seus ídolos fiquem de longe sem testemunhar o que acontece nos gramados.
A NSC foi mais encorpada ontem a partir da transmissão de TV que mobilizou a Grande Florianópolis e certamente boa parte do Estado. No rádio, a CBN Diário se mostrou mais preparada, com pautas pensadas anteriormente, que seguraram fortemente o pré-jogo. A Guarujá foi para campo, mas a Grupo Veg Esportes – e seu excelente time do microfone – optou pelo serviço de estúdio de sempre. Já a Jovem Pan News abriu jornada apenas meia hora antes da partida e até então tinha no ar o futebol de São Paulo. Tem pouca chance de prosperar nesse modelo.
Escala
A NSC optou por colocar dois comentaristas na TV – Roberto Alves e Rodrigo Faraco – deixando a rádio com Chico Lins e a estreante Jessica Cescon. Como em TV o jogo era exclusivo, talvez fosse mais conveniente deixar só um comentarista na tela – Rodrigo – e escalar Roberto na CBN, onde tem competidores.
2022
Agora, tanto no futebol como na Comunicação, o foco será a operação de 2022. A NSC, por exemplo, que promete transmitir todo o Catarinense, deveria investir mais em narração em TV. Será série A, ou como gostam de dizer os comentaristas, a elite do futebol brasileiro. Então, up grade também no ar.