O Tribunal do impeachment e a lição para jornalistas e políticos

Como tantas vezes destacado em títulos e textos nos últimos dias, a sessão do Tribunal Especial realizada ontem,23, na Assembleia Legislativa foi um momento histórico. Mas não só porque o placar foi favorável a vice-governadora, impedindo o que estava sendo chamado de “governo do legislativo, como também deixou tudo mais às claras.
E o que ficou claro, em primeiro lugar, é que o processo que monopolizou os deputados em plena pandemia, tinha objetivo político. Os votos de todos os deputados foram, favoráveis ao impedimento, um dos quais citou em discurso a reivindicação de aumento para policiais, não atendida por Moisés e outro salvou Daniela lembrando Jair Bolsonaro. Apenas um desembargador acompanhou. Os demais defenderam teses legais, isentas e republicanos, como também o presidente do Tribunal de Justiça em voto de minerva pró-vice.
A outra clareza do resultado da votação serve como lição para jornalistas: nada está definido até o último voto. Aqueles que usaram seus espaços de opinião para pressionar pela condenação do governo, chegando a usar adjetivos fortes, ao defenderam interesses pessoais, da sua empresa ou de seus blogs, levaram um susto durante a sessão. Um ou outro já estava mudança de discurso quando a reunião sinalizava o resultado inesperado. E outros adaptaram suas posições depois do final, já na madrugada.
Saíram fortalecidos dessa maratona de reuniões, debates e votações, por outro lado um grupo de jornalistas, que se manteve coerente todo o tempo. Alertou sobre os interesses que estavam em jogo e para o fato que os desembargadores dariam voto técnico. Não seriam influenciados pelo ambiente.
Nesse pequeno grupo, foram destaque os jornalistas da NSC, Ânderson Silva; da Making Of e Barriga Verde, Roberto Azevedo e do SCC/BT, Claudio Prisco Paraíso.