Pernas Solidárias: projeto campeão

Você já imaginou como seria subir correndo a Serra do Rio do Rastro? Agora tente imaginar fazer isso empurrando um triciclo ocupado por um cadeirante. O esforço seria no mínimo dobrado. Pois é isso o que o atleta Cleiton Luiz Tamazzia, 42 anos, pretende fazer durante a Mizuno Uphil Marathon, dia 31 de agosto. Ele vai correr a prova de 25 quilômetros entre Lauro Muller e Bom Jardim da Serra conduzindo montanha acima o cadeirante Jonas Leonardo de Mello, de 18 anos. Coisa para louco, diriam alguns. Louco nada. Um obstinado, isso sim. Não por vencer provas e subir ao pódium, que é o que menos importa. O que ele quer mesmo é dar visibilidade ao projeto que criou em 2015, o Pernas Solidárias. E mais do que isso: proporcionar aos cadeirantes a inclusão por meio do esporte e, assim, transformar suas vidas. Um propósito e tanto, que vem crescendo ano a ano graças principalmente à sua força de vontade e aos (poucos) patrocínios que consegue fechar com empresas interessadas na causa.
Em 2014 Cleiton, que mora em Joinville, estava acima do peso, sedentário e depressivo. Começou a correr para emagrecer e tomou gosto pelo esporte, para o qual viu que tinha muita aptidão. Os pódiuns foram sendo conquistados naturalmente, e em um ano já era atleta de elite. Ele tinha um primo, o Rodrigo, que ficou paraplégico após um acidente, e que vibrava muito a cada conquista. Foi então que Cleiton teve a ideia de levá-lo junto para correr, conduzindo a cadeira de rodas. Como ela não foi feita para esta finalidade, perdeu peças no meio do percurso, mas a dupla conseguiu cruzar a linha de chegada. Aquele seria o pontapé inicial do projeto Pernas Solidárias.
Compraram um triciclo de cadeirante adaptado para corridas por pouco mais de R$ 1 mil em São Paulo, e começaram a participar de competições em 2016. "Fomos pioneiros no Sul do país", conta Cleiton, orgulhoso. Ele colocou o projeto no papel, conseguiu o apoio da Unimed para comprar mais quatro triciclos, e os cadeirantes interessados em participar das corridas não tardaram a chegar. Daí em diante foi um pulo. Hoje o Pernas Solidárias já envolve um total de 1.206 pessoas, sendo 606 condutores (corredores) e 600 cadeirantes, espalhados por 13 cidades brasileiras, que têm à disposição 113 triciclos para o esporte. A meta é continuar crescendo e impactando a sociedade para o bem, sempre com vistas à inclusão das pessoas com deficiência. "É muito mais do que correr, a essência deste projeto é transformar vidas por meio do esporte", ressalta Cleiton, que é casado e pai de duas meninas.
Interessados em conhecer mais a fundo o projeto podem entrar em contato com Cleiton pelo Whats App 47 – 84156671, ou pelo Facebook/Pernas Solidárias.