Os pesquisadores Antônio Augusto de Queiroz e Cristiano Noronha acreditam que a renovação da Câmara dos Deputados não será alta neste ano. Já as mudanças nas regras eleitorais podem reduzir os partidos com representação na Câmara, passando dos atuais 23 para cerca de 15.
Queiroz afirmou que a reeleição será alta em 2022 porque 446 (88%) dos 513 deputados federais atuais estão disputando a reeleição.
O pesquisador disse que um parlamentar não concorre à reeleição se ele não tiver muita certeza de que tem grande chance de retornar. “O índice de reaproveitamento dos candidatos à reeleição é superior a 65%. Portanto, dá para antecipar que pelo menos 290 vão se eleger desses que são candidatos e isso já será um recorde de reeleição”, enfatizou.
Outro fator colocado por Queiroz é que os atuais deputados têm a vantagem de receberem mais recursos dos partidos, além de terem a oportunidade de fazer emendas orçamentárias ligadas aos seus locais de votação.
Já o analista Cristiano Noronha prevê que a Câmara terá um perfil de centro-direita e a redução do número de partidos se dará por causa da cláusula de desempenho. Essa cláusula fixa quantidades mínimas de votos que um partido deve ter para ter acesso aos recursos do Fundos Partidário e ao horário de propaganda em rádio e TV.
Com isso, após as eleições, alguns partidos podem querer se fundir a outros para manter os benefícios. Ele explica também que, para o futuro presidente da República, isso tende a facilitar a governabilidade, já que deve ter menos fragmentação partidária.