
Na prática, o PSB catarinense evitou uma batalha judicial ao encaminhar a desfiliação dos deputados estaduais Nazareno Silva e Laércio Schuster (na foto, em conversa com o deputado Julio Garcia, do PSD), remanescentes da direção anterior da sigla no Estado, alinhada ao grupo do ex-deputado federal Paulo Bornhausen, que agora receberá ambos no Podemos.
Foi um ato de maturidade política do partido, presidido pelo ex-deputado federal Cláudio Vignatti, tomado por unanimidade em reunião da comissão executiva na noite de segunda (18), diante de um cenário que não permitiria a permanência de dois parlamentares muito mais à direita, um problema para o programa de esquerda da sigla, ou seja, um interesse comum entre dirigentes e mandatários.
No histórico pessebista no Estado, o deputado Bruno Souza, hoje no NOVO, foi liberado pelo Tribunal Regional Eleitoral, em outubro de 2019, por aceitar a carta da executiva anterior, que permitia a desfiliação da sigla.
E até mesmo o primeiro suplente, o ex-deputado Cleiton Salvaro, que patrocinava a perda de mandato de Bruno já deixou as hostes pessebistas, e, depois de uma briga interna com o diretório de Criciúma, assinou ficha no PSDB em junho passado.
E o federal
Em abril deste ano, o deputado federal Rodrigo Coelho ganhou uma ação no Tribunal Superior Eleitoral por justa causa e pôde deixar o PSB sem o risco de perder o mandato.
Desde 2019, Coelho votava contra as orientações do comando da legenda no Congresso, principalmente em pautas favoráveis ao governo do presidente Jair Bolsonaro, e, por isso, foi suspenso pelo comando nacional pessebista, poioirém garantiu o salvo conduto no Judiciário e seguiu para o Podemos.
Nem haveria como permanecer, em um projeto nacional que prevê uma gente ampla de oposição a Bolsonaro e recentemente recebeu o governador Flávio Dino, do Maranhão, ex-PCdoB, além dos deputados federais Marcelo Freixo (RJ) e Tabata Amaral (SP), que deixaram, respectivamente, o PSOL e o PDT.
Atritou
Não foram bem recebidas por Carlos Moisés as declarações do senador Esperidião Amin de que o governador não seria recebido com tapete vermelho e na condição de candidato à reeleição se filiar-se ao PP.
Amin e Moisés conversam com muita frequência e o vínculo era visto como um sinal de boas-vindas no partido, mas a relação deu uma estremecida quando dos contatos do chefe do Executivo estadual com o comando pepista em Brasília, que já era histórico, diretamente com o presidente nacional, o senador Ciro Nogueira, hoje ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro.
Fator Planalto
Amin é muito próximo de Bolsonaro, desde os tempos de deputado federal, e isso pesará caso seja confirmada a filiação do presidente ao PP.
Na realidade, o pensamento do candidato à reeleição ao Planalto seria de preservar seus aliados mais atuantes na Câmara e no Senado, quer dizer, gostaria de ter Amin e Jorginho Mello (PL) onde estão, o que só conseguirá se, na eventualidade dos dois concorrem ao governo, ambos percam.
Antes disso, Bolsonaro terá que vencer em 2022 e permanecer no cargo.
Entre garfadas
Por todo este quadro, o encontro de Moisés com a bancada estadual do MDB ganhou mais força, nesta terça (19).
Falta o convite oficial para Moisés assinar ficha no partido e encaminhar uma ampla composição interna em meio aos atritos que cercam a prévia para decidir o candidato ao governo, assunto nada palatável ao senador Dário Berger, que teria que ir à reeleição; ao deputado federal Celso Maldaner, que poderia ser o vice; e ao prefeito Antídio Lunelli, de Jaraguá do Sul, que teria que trocar de legenda para manter o projeto político.
Sucesso
O aplauso para a presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, agrônoma, servidora da estatal e mestre em Zootecnia, por figurar entre as 100 mulheres poderosas do agro no Brasil (leia mais em https://bit.ly/3n9Eh9j), da relevante Revista Forbes, só enfatiza a grande mudança que ocorreu no setor da economia nos últimos 25 anos.
Edilene é um destaque pela influência em um cenário onde a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil é a engenheira e deputada federal Tereza Cristina Dias (DEM-MS) e a senadora Kátia Abreu (PP-TO), que é psicóloga, já foi ministra no governo Dilma Rousseff e, antes, presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), para citar alguns exemplos.
Há muito, o setor, que era um nicho masculino, rendeu-se à habilidade das gestoras e pesquisadoras.