A reportagem é o primeiro fundamento do jornalismo. A partir do entendimento da sua importância e características, se desenvolvem todas as outras. Um comentarista, por exemplo, dificilmente exercerá plenamente a função se não comportar como um repórter, que sabe questionar e depois explicar.
Encontramos diariamente bons exemplos, ainda, apesar de os repórteres de hoje serem escalados mais para preencher espaços na TV do que para um trabalho de profundidade. No rádio, são acessórios, instalados na redação em busca de releases e informações da internet.
Exemplo 1: Marcos
Um exemplo de profissional que literalmente abriu fronteiras é Marcos Losekann. Daqui, de Santa Catarina, ele voou para a Globo nacional, com passagens por Londres e Jerusalém.
Nessa crise que cortou inúmeras carreiras nos últimos dias, Marcos é um recordista: há 35 anos participa com reportagens no Jornal Nacional. A primeira foi em 1988, em Criciúma, onde mostrou árvores de uma floresta que caiam porque a turfa – camada orgânica – que estava em chamas há dias.
“De lá para cá, nunca mais saí do JN, ainda que fizesse matérias eventuais para outros telejornais”, diz Marcos em mensagem para a coluna, “orgulhoso” da carreira. Aqui, entre colegas, teve o apoio inicial da carreira, em especial da chefe de reportagem daquela época, Tânia Krutska.
Exemplo 2: Balanço Geral
Na letargia que se abate sobre grande parte dos repórteres, acostumados a esticar textos e fazer caras e bocas em supostas matérias participativas, uma reportagem chamou muito a atenção.
Foi apresentada no Balanço Geral da NDTV na última sexta-feira, 21, pelo repórter Luan Vosnhak e o cinegrafista Marcelo Feble. Foi uma matéria longa, bem trabalhada, com belas imagens e histórias sobre a Lagoa da Conceição. A maneira de fazer as entrevistas e o roteiro bem elaborado por Sarah Castro.
Vale a pena ver o trabalho deles aqui:
Vídeo: Reprodução/Canal do Balanço Geral Florianópolis no YouTube
Repórter 3: a despedida de Martini
Ex-repórter e colunista do Diário Catarinense, Rafael Martini pegou o boné e se mandou para o Canadá. Largou o emprego de cinco anos que tinha como assessor do Tribunal de Contas do Estado, para seguir a mulher e duas filhas que já estavam no exterior.
Foto: Reprodução/Instagram
Na carta de despedida, Martini cita Ney Matogrosso que canta: ”Dizem que sou louco por pensar assim. Mas louco é quem me diz, que não é feliz.”
Martini deixou o emprego no TCE desejado por 9 entre 10 jornalistas da capital pela elevada remuneração. Normalmente, a indicação para o cargo tem viés político e está em aberto.
Repórteres 4: NSC em Brasília
A NSC manteve na semana passada a tradição da RBS de reunir em jantar na Capital Federal a bancada catarinense com a direção e os jornalistas da casa.
Aproveitando a viagem, os comentaristas Ânderson Silva e Dagmara Spautz permaneceram por lá realizando participações ao vivo tendo como fundo os cartões postais do noticiário nacional – congresso, palácio do planalto etc.
Faz falta tanto para a NSC – como para as demais TVs – repórteres locais para mostrar o desempenho dos políticos catarinenses no Congresso. As vagas foram suprimidas em cortes de custos. Por isso, com raras exceções, o que se divulga aqui do que os políticos fazem lá é enviado por assessorias deles mesmos.
Repórter 5: álbum
Uma vez repórter, sempre repórter. Foto de umas primeiras entrevistas da carreira, há exatos 50 anos.