As emissoras de TV locais prestaram um bom serviço no acompanhamento das enchentes da semana passada, colocando muitos repórteres nas ruas e usando muitas imagens das redes sociais. Em alguns casos, as cenas postadas por usuários de internet garantiram o noticiário. Pode-se dizer que, no momento, o público está mais ativo do que muitos cinegrafistas profissionais.
Tem funcionado assim: a equipe é enviada para um local, mostrado, fica imóvel em um cenário e os editores vão recheando a informação stand up com cenas da web. É um certo comodismo, e mostra que os cinegrafistas de hoje jogam mais parados do que atrás dos fatos. Claro, não é responsabilidade deles, mas de alguém que orienta.
Erros
Com a reportagem em campo, surgem muitos erros de informação e de texto. Há um hábito muito estranho do repórter dar algumas informações e depois chamar a própria reportagem, que transmite a mesma – redundante – informação.
Como há repórteres novos na área, mostrando que a reportagem não retém profissionais por muito tempo, muito provavelmente porque vão atrás de melhores salários, os erros ficam mais aparentes.
Exemplos:
De português: a moça de Criciúma largou um “houveram” que doeu no ouvido.
De texto: quem não tem experiência ao vivo, usa certos artifícios enquanto vai pensando o que dizer, como “né”, “aí”. Como a moça continua fazendo assim ao meio-dia, significa que não é orientada a treinar mais.
De visão: a moça do tempo, em plena chuvarada, enchentes, etc… se refere aos telespectadores como ”meu povo”.
Correção
Errar faz parte do processo, mas seguir errando é sinal que o profissional não foi orientado para corrigir ou não se deu conta que erra.
Dois casos que poderiam ser resolvidos com dicas e treinamento: repórteres com vozes agudas demais. Como estão bem expostas, deveriam saber que se baixassem o tom seriam mais agradáveis.
Salvamento 1
No fundo, existem muitos novos profissionais que precisam ser salvos.
Alexandre
Muito boa a charge do Sensacionalista que a colega Brígida Poli enviou à coluna. Sem mais palavras.
Sanduíches fakes
Graças a vigilância da imprensa, dois sanduíches fakes saíram do cardápio oferecidos pelo McDonald’s e Burger King. Tanto o McPicanha não tinha picanha, como o Whopper Costela não tinha costela.
Esperemos que seja o começo para retirar do mercado produtos que têm nome de carne ou fruta, mas contem muito produto químico.
Salvamento 2
A Globo acaba de salvar a carreira de Maria Beltrão, apresentadora do estúdio i, da GloboNews, e que já fez outras incursões, como por exemplo, no carnaval. Ela vai ser destinada ao É de Casa, programa de variedades da Globo, no sábado de manhã.
A participação dela no estúdio i estava sendo questionada pelos patrulhadores de plantão, na medida em que dava opiniões na área política, que não é seu forte.
Pesquisa
Como se podia imaginar, as pesquisas eleitorais com credibilidade no mercado – como Datafolha e Ipespe – estão sendo contrapostas com outras pesquisas de institutos com intenções duvidosas. O maior sinal que as fakes estão sendo usadas para confundir é quando começar a ser apresentadas primeiramente as espontâneas. Elas não têm nenhuma validade estatística, pois como a cédula apresenta o nome dos candidatos, o que vale é a pesquisa estimulada.
Então, olho nos dissimuladores.