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Tomem cuidado com os aproveitadores do acidente do balão em Santa Catarina

Pode parecer muito cruel alguém usar o acidente do balão na cidade de Praia Grande, em Santa Catarina, como uma oportunidade para denegrir a imagem do nosso Estado ou até atacar políticos adversários pensando apenas na próxima eleição.

Esse tipo de coisa vem geralmente com a justificativa de “falta de fiscalização, falta de regulamentação, pensar apenas em ganhar dinheiro” e tudo mais que pode ser usado para, principalmente, gerar engajamento na rede social.

Mas, nesse momento, vamos levar em consideração apenas as informações que temos sobre tudo isso. O balonismo é o grande motor do turismo e da economia daquela cidade, que realiza em média 7,5 mil voos anuais.

Esses voos são realizados na Capital dos Canyons desde 2017 e essa foi a primeira ocorrência com mortes desde o início das atividades no município.

Em dezembro de 2024 o apresentador do Esporte Espetacular (Rede Globo), Fernando Fernandes, esteve em Praia Grande gravando uma matéria especial para o programa e uma das atividades realizadas foi o voo de paramotor em meio aos balões coloridos, mostrando e enaltecendo a atividade naquela região.

Segundo o advogado da empresa Sobrevoar, o piloto, que tem cerca de 700 horas de voo, contou que chegou a pousar o balão, algumas pessoas pularam por pedido dele, mas outras não conseguiram sair do balão e infelizmente aconteceu essa fatalidade.

No sábado, 21, a empresa Sobrevoar emitiu uma nota dizendo que segue rigorosamente a regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O texto diz também que o piloto possui “ampla experiência e adotou todos os procedimentos indicados, tentando salvar todos os que estavam a bordo do balão”. A empresa confirma que não têm “registro de acidentes anteriores” e que decidiram interromper suas atividades por prazo indeterminado.

 

RELATO DOS SOBREVIVENTES

Rodrigo Abreu, um dos sobreviventes que mora em Jaraguá do Sul, disse para uma rádio local que “o piloto nos salvou”.

Outro sobrevivente, Fernando Veronezi, deu uma entrevista para o jornalista William Fritzke (@williamfritzke) e disse que as pessoas não conseguiram pular do balão, mas sim a maioria foi ejetada depois de um impacto forte do cesto no chão. Como depois do impacto, o balão subiu muito rápido, os oito passageiros não tiveram a possibilidade de sair e subiram com o balão.

As 21 pessoas que fizeram esse passeio de balão receberam pulseiras de cor diferente que indicava onde cada uma iria ficar dentro do cesto, que é dividido em boxes ou espaços delimitados.

 

ESPECIALISTA EM AVIAÇÃO

O especialista em aviação, Lito de Souza (@lito), também postou um vídeo no seu Instagram informando que, no Brasil, se você quiser operar um balão com passageiros, precisa de uma licença de piloto de balão livre (PBL).

Além disso, o balão deve ter o certificado de aeronavegabilidade e estar registrado na Anac e os voos só são autorizados em áreas aprovadas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA).

Segundo Lito, além de tudo isso, o piloto precisa acompanhar as previsões meteorológicas, estudar os movimentos das frentes frias, entender o comportamento dos ventos no local do voo e o ideal é voar sempre nas primeiras horas da manhã ou no fim da tarde, quando os ventos estão mais calmos.

Lito Sousa fala que, no planejamento do voo, o piloto precisa revisar os equipamentos, checar combustível, rádios, mapas e sistema de ignição e o extintor, pois como o balão é movido a gás propano e fogo, o risco de incêndio sempre existe.

O balão precisa também ter sistemas de queimadores em boas condições, tecidos resistentes ao fogo e uma fonte de ignição reserva caso a chama piloto se apague.

Então, depois de lermos essas informações sobre balões e sobre o acidente, só nos resta entender que, inicialmente, foi uma grande fatalidade.

Mas, como estamos há pouco mais de um ano de uma eleição, temos que tomar cuidado agora com aqueles políticos que vão usar o acidente para criar leis, criticar adversários e principalmente criticar Santa Catarina apenas para aparecer na mídia e gerar engajamento em rede social.

 

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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