Desde que Topázio Silveira Neto (PSD) começou a se afastar do ex-prefeito Gean Loureiro (UB), a aproximação com o governador Jorginho Mello se solidificava e pode render frutos a partir de 2025.
Com isso, o PSD catarinense passou a torcer o nariz e se afastando da campanha de reeleição do prefeito. A prova disso é que as principais lideranças da legenda acabaram dando muito mais atenção para Orvino de Ávila, em São José, do que para a disputa na Capital
O PSD está tão ausente que o coordenador de campanha de Topázio é Filipe Mello, filho do governador. Contrariando o seu partido, o deputado estadual Mário Motta (PSD) resolver gravar, nesta última semana, seu apoio para o prefeito de Florianópolis muito por causa da relação que eles têm há anos e por ser um parlamentar de voo solo dentro do PSD.
Já há quem aposte que Topázio Silveira Neto irá para o PL depois da muito possível reeleição no pleito de 2024. Topázio sempre negou esse fato, mas a proximidade com o PL é tão grande que ele já apoia que o partido do governador tenha a maior bancada na Câmara de Vereadores.
Já a relação do PSD com Jorginho parece ficar cada vez mais acirrada. Não caiu nada bem dentro do núcleo pessedista a frase que o governador falou na rádio Som Maior, em Criciúma. Na entrevista, ele disse que “ninguém é preso por acaso”, se referindo ao prefeito Clésio Salvaro, que foi preso no dia 3 de setembro por causa da Operação Caronte.
O PSD de Santa Catarina soltou uma nota na imprensa dizendo que o governador estaria num desespero político e que mostrava de que lado ele estaria diante das arbitrariedades que vem acontecendo no país.
O PSD citou também o caso do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal no governo de Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques, que foi apoiar o candidato pessedista em São José, ignorando a candidatura de Adeliana Dal Pont (PL), muito pela omissão do governador em tentar soltá-lo. A nota diz que Silvinei ficou preso por um ano sem um processo e nem uma condenação.
Fato é que PSD e PL já fazem a polarização na eleição municipal de 2024 e devem seguir esse caminho também na eleição de 2026 em Santa Catarina. O PL quer ter representante, entre prefeitos e vices, em 100 Prefeituras de Santa Catarina e o PSD, que em 2020 conquistou 42 prefeituras, pretende chegar, pelo menos, a 60 administrações municipais em 2024.
Veja a nota enviada pelo PSD:
A recente declaração do governador Jorginho Mello, em uma rádio de Criciúma, revela seu desespero político e indica de que lado ele está diante das arbitrariedades que têm ocorrido pelo Brasil. Ao afirmar que “ninguém é preso de graça”, Jorginho deixa claro seu posicionamento. Não é por acaso que ele se ausentou do ato de 7 de setembro, convocado por Jair Bolsonaro, e que Silvinei Vasques, preso por um ano sem processo ou condenação, preferiu integrar um governo do PSD, recusando os convites do PL. Infelizmente, estamos vivenciando um triste capítulo de nossa história, e agora sabemos de que lado Jorginho optou. E, definitivamente, não foi ao lado da direita.