Trânsito: paliativos não adiantam mais

Pretendia visitar uma amiga que mora no Sul da Ilha, em Florianópolis, no último domingo. Mas queria chegar lá ainda a tempo de aproveitarmos o solzinho da tarde, já que estamos atravessando uma onda de frio intenso.
Pois bem. Saí de casa, em Coqueiros, pouco depois das duas e ao chegar na esquina da avenida geral do bairro não consegui mais sair do lugar. O trânsito se arrastava. O motivo: todo mundo queria curtir a tarde no Parque de Coqueiros, que é o maior e mais bonito que temos. Só que ninguém parecia disposto a deixar o carro a algumas quadras de distância e terminar o percurso a pé. Havia uma fila imensa para estacionar dentro do parque, trancando todo o tráfego.
E eu que achei que a palavra "congestionamento" já tinha sido usada demais na semana e que daria para dar uma aliviada no estresse no domingo... Ledo engano.
Quando consegui, fiz o retorno e coloquei o carro na garagem de casa. Decidi sair a pé pelo bairro mesmo, caminhando para o lado contrário da confusão. Pouca gente, trânsito tranquilo, visual belíssimo do mar e das montanhas. Opção acertadíssima a minha. Acho que ainda estava traumatizada pelos engarrafamentos que tivemos que enfrentar na semana. Maré alta cobrindo as rodovias, placa que se soltou da ponte, mudanças no acesso à Ilha... Os motivos foram muitos, e as desculpas também. Que semaninha complicada essa que passou.
O pior é saber que enquanto ficarmos só nas medidas paliativas estaremos apagando incêndio com gasolina. Floripa está à beira do insuportável. Não consigo imaginar como estará a cidade daqui a 10, 15 anos. A situação é urgente. O caos, iminente, mas quem deveria não parece estar muito preocupado com isso.
"Ande de ônibus", dizem alguns.
Não basta deixar o carro em casa. Precisamos de alternativas viáveis, como transporte marítimo e transporte coletivo de qualidade que atenda toda a população. E isso, só Deus sabe quando teremos, se é que esse dia vai chegar.