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Vilões da Inflação

Política de preços da Petrobras, dólar,  aumento do Preço do Internacional do Barril do Petróleo ou a Guerra Russia X Ucrânia?

A política de preços da Petrobras que vincula de forma automática o preço interno dos derivados do petróleo às variações do preço internacional tornou-se a vilã mais evidente do surto inflacionário que atinge a economia brasileira. No entanto, essa é só a ponta do iceberg, pois o que de fato atinge o bolso é a perda do poder aquisitivo causada pela desvalorização do real. Um exemplo claro é que o preço do barril do Petróleo a quase 140 dólares, valor similar ao praticado pelo mercado em Julho de 2008, a diferença naquele mês, o preço médio da gasolina nas bombas foi de R$ 2,50 por litro, contra os quase R$ 7,47 – preço médio em valores atuais.

Queda vertiginosa do poder aquisitivo. Desde outubro de 2016, a Petrobras vem adotando a política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que vincula o preço dos derivados de petróleo nas refinarias ao comportamento do preço do produto em dólares no mercado internacional. Naquele ano era possível comprar 235 litros de gasolina com um salário mínimo aqui no Brasil, mas depois dos sucessivos aumentos do preço do produto e da desvalorização do real frente ao dólar, um salário mínimo – em março de 2011 – corresponde a 162 litros de gasolina. A título de curiosidade: no ano em que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência era possível comprar 231 litros de gasolina com um salário mínimo, ou seja, 30% a mais do que nos dias atuais.

Além do conflito internacional. A desvalorização do real frente ao dólar potencializa a força ao aumento no preço internacional do barril do petróleo e sobrecarregam a economia brasileira e a inflação, mas muito mais do que as influências internacional contundentes como a Guerra da Rússia com a Ucrânia, está a maneira intransigente de Bolsonaro presidir o país. Ele enfrentou a pandemia com o negacionismo e com desinformação, colocou em risco a população com a “prescrição” de medicamentos sem eficácia, desacreditou o uso de máscara e fez campanha contundente contra a vacina contra a Covid-19. Ele fez festa aonde era para ter cautela e sob o aplauso de alguns hoje colhemos o que a economia do Brasil tem de pior: a inflação.

Fora do radar. Arthur Lira, presidente da Câmara, diz que projeto que cria a Conta de Estabilização dos Preços do Combustíveis (CEP) está fora do radar da Câmara dos Deputados. O projeto que consiste em um fundo que tem o intuito de conter a alta dos preços dos combustíveis e prevê a ampliação do auxílio-gás, para que mais pessoas sejam alcançadas pelo benefício que banca metade de um botijão de gás de 13kg, e também a criação do Auxílio-gasolina, que terá um valor entre R$ 100,00 e R$ 300,00 e, a princípio, contemplará os seguintes profissionais: taxistas, mototaxistas eMotoristas de aplicativo. De autoria do senador Rogério Carvalho (PT-SE), o projeto já foi aprovado no Senado de acordo com a versão proposta pelo relator, senador Jean Paul Prates (PT-RN).

“Alento”. Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, que elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 11,75% ao ano. A decisão acalmou os ânimos e manteve o dólar estável e com tendência de queda. A moeda americana está cotada um pouco acima dos 5 reais.

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