Durante toda a quarta-feira, 24, entidades de classe e políticos se pronunciaram contra a ação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou que a Polícia Federal fizesse uma operação de busca e apreensão na casa de oito empresários brasileiros.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis conseguiu a assinatura de 100 entidades de classe (51 CDLs, 34 sindicatos, 9 Associações Empresariais e 7 Associações de profissionais liberais e comerciais) num manifesto publicado por ela no seu site em favor da classe empresarial brasileira e criticando a ação do Superior Tribunal Federal contra, principalmente, os catarinenses Luciano Hang, da Havan, e Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii.
Os senadores Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PL) também publicaram vídeos nas suas redes sociais manifestando indignação com, segundo eles, o ataque a democracia brasileira.
Esperidião Amin fez questão de relembrar suas manifestações, lá atrás, como Senador Federal, sobre os abusos do STF, em relação ao ataque à democracia e ao Estado democrático de direito.
Já Jorginho Mello disse que um brasileiro e catarinense foi censurado por quem deveria proteger. Segundo o seu texto, não existe democracia sem liberdade. “Não podemos aceitar isso! Santa Catarina e os patriotas de todo Brasil estão contigo, Luciano Hang. Jamais irão nos calar!”, finalizou o senador.
LEIA O MANIFESTO DAS ENTIDADES CATARINENSES E VEJA O VÍDEO DE AMIN:
O direito de poder expressar, de forma livre e desimpedida, opiniões e anseios é um marco civilizatório inquestionável, mas que tem tido pouco ou quase nenhum apreço a depender do segmento social de que origina – especialmente quando o assunto envolve o futuro do País e mais ainda quando o empresário ousa fazer ouvir a sua voz.
O empresariado tem sido, cada vez mais, figura demonizada pela narrativa ideológica que despreza o seu papel de indutor do desenvolvimento. A recentíssima operação policial autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), concretizada por meio de busca e apreensão em cinco estados, além de quebra de sigilos e bloqueio de acesso a redes sociais, sob o pretexto de “investigar ilicitudes”, é apenas o mais novo episódio de violência estatal a que estão acometidos os empreendedores brasileiros, alijados do direito de participar do debate político e de externar suas opiniões, quaisquer que sejam.
Inebriados por um febril ativismo que transcende os limites de atuação como órgão responsável por garantir, em derradeira instância, o cumprimento da Constituição Federal, certos integrantes do STF ignoram solenemente o fato de que os empresários são, além de geradores de renda e oportunidades para todos, cidadãos como qualquer outro, portadores dos mesmos direitos consagrados a todos os brasileiros, independentemente de sua origem e trajetória social.
Querer amordaça-los, impedi-los de influir no debate político ou até mesmo de externar opiniões é um perigosíssimo aceno a regimes em que o delito de pensamento é um ato que pode acarretar a perda da própria vida.
O tecido democrático chegou ao ponto da ruptura e quem deveria atuar para impedir tamanho prejuízo é, hoje, seu maior incentivador. A sociedade civil organizada, esteio dos valores morais que necessitam, mais do que nunca, ser fortalecidos para a própria viabilidade da Nação, não pode compactuar com tais atos.
As entidades que subscrevem este manifesto, representativas de milhões de brasileiros que correm riscos diariamente e têm, não raras vezes, o próprio Poder Público como seu maior empecilho, detêm o imperativo moral de dizer, com todas as letras, aos Senhores Ministros do STF: opinião não é crime!